segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Aquele do Woodstock na calçada

Na verdade, acho que tudo começou segunda-feira passada, quando começou a maratona pré-estreia de “O Submarino Amarelo”. Se eu dava risada semestre passado de ir todas as noites da mesma semana ensaiar Vamos Falar de Amor (e ia completamente apaixonada, por sinal), dessa vez a coisa foi ainda mais… reflitam vocês mesmos. Foi uma semana indo DIRETO da faculdade pro teatro e saindo de lá às 22h20 da noite. Teve um dia que ficamos a tarde toda pintado cenário, e quando percebemos, era 18h e ainda não tínhamos almoçado. Esse dia eu estava tão pirada, que chorava e ria ao mesmo tempo. Estrutura emocional a gente vê por aqui. Mas enfim. Foi uma semana de maratona TOTAL, os professores todos riam da nossa cara, porque nossa turma realmente tomou conta da escola nessa semana que passou. Tinha pedaço da nossa turma nas salas de aula, na cantina, no pátio, no cenário, na varanda dos professores… era engraçado.

Sexta-feira de noite estávamos uma pilha de tão nervosos. Cheguei em casa, tomei banho, lavei cabelo, sequei, coloquei meu roupão cor-de-rosa (porque o Jr. diz que toda atriz PRECISA de um roupão cor-de-rosa), tomei um chá de camomila pra ver se limpava a minha voz e se eu acalmava um pouco. Detesto chá. Mas tomei. E fui dormir com o coração na boca.

No outro dia, 8h30 da manhã estávamos juntos no teatro. Um com dor de barriga, a outra com vontade de vomitar, uns mais quietos e tremendo… Enquanto isso, colávamos cenário, nos abraçávamos, e a professora chamava um a um pra maquiar.

11h15 eu estava encolhidinha na coxia, tonta de nervoso, apertando a galharufa com o espírito, e segurando a mão dos meus amigos, até que começou a tocar o trompete de All you need is love e eles me deram impulso pra subir marchando no palco.

A primeira cena passou, eu consegui cantar sozinha em público e dançar ao mesmo tempo. Quando voltei pra coxia, encostei na parede e deslizei até o chão. A primeira cena tinha ido. Agora o resto aconteceria feito mágica.

A estreia não foi brilhante como foi a de Vamos Falar de Amor. Na verdade, a estreia de O Submarino Amarelo foi quase um ensaio geral. Mas tudo bem. Melhoramos na apresentação de ontem, e acredito que consigamos melhorar para as duas faltantes. Quarta-feira é a banca, e eu acho que nunca tive tanto medo de uma banca na minha vida, porque já ouvi tantas coisas adversas que tenho dúvidas de a que devo me ater.

Sei que apresentamos sábado de manhã, domingo de manhã, e depois fomos almoçar no shopping. Comemos e demos muita risada, depois voltamos pra escola para ver outras peças. Eu ainda estava cor-de-rosa, com o cabelo armado e brilhos no nariz. Mas tudo bem, faz parte.

Entre uma peça e outra, fomos tomar sorvete, e depois sentamos na calçada da escola pra bater papo. Eu e a Elo, as mais caras-de-pau, deitamos na calçada. E o papo fluía que era uma beleza. Girava sempre em torno do mesmo assunto, mas não acabava nunca. E ficamos lá. Sentados/Deitados no chão. Juntos, embaixo do sol, conversando e “vivendo de amor e arte”. A Airen, diva que só ela, saiu do portão com sua saia xadrez e meia calça preta, óculos escuros, olhou e falou: “Woodstock na calçada, é isso? Ah, esses nossos alunos CenaHúnicos”!

Isso é único mesmo. Estar batendo papo na calçada, debaixo de sol, como se a amizade e a arte fossem as únicas coisas importantes no mundo. E naquele momento, aquilo realmente era a única coisa que importava. Porque o bom mesmo é ser apaixonada pela arte, mesmo que ela te dê vertigens de nervoso antes de pisar no palco com peruca rosa pra cantar sozinha. É ser apaixonada por cada medo que a arte faz você passar. É ter medo, muito medo, de não conseguir dar menos que o seu melhor. É amar. Acima de tudo. E bom mesmo é ter com quem compartilhar cada segundo: Do medo, do nervoso, e do amor. Do amor.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

We all live in a Yellow Submarine

Submarino

E está chegado. Essa semana estamos completamente embarcados. Desde segunda-feira que eu vou direto da faculdade pro teatro, e de lá só saio por volta das 22 horas. Ensaiando peça, coreografia, música, pintando cenário, recortando flores, enfim, fazendo tudo acontecer.

E sábado, às 11h da manhã, VAI acontecer! Depois de correria, choro, dedicação e sorrisos, vai acontecer. Energia não está faltando, vontade de fazer também não. As roupas e perucas já chegaram, falta pouco para o Submarino zarpar. O mais importante já aconteceu: Estamos todos dentro dele.

Dessa vez, foi mais difícil. Pelo menos pra mim. É infantil, né. Cor, pulos, dança, sorrisos o tempo todo. Eu fiz o máximo pra me entregar de corpo e alma, mas sempre tem uma hora ou outra que eu me sinto ridícula. E obviamente, me odeio por me sentir assim. Mas cada um conhece seus limites. E eu estou aprendendo a lidar com os limites toscos que eu me imponho sem minha permissão. Funciona um pouco. Hoje quando eu coloquei a peruca cor-de-rosa e me olhei no espelho, pensei: “Não subo no palco com essa peruca de jeito nenhum”. É claro que em 10 segundos eu virei, fingi que nem era comigo, mas fiquei engolindo aquele medo por algumas horas, até lembrar daquela frase que não sei de quem é: “Só os imbecis tem medo do ridículo”, e eu com certeza não cheguei até aqui para ficar com vergonha de subir no palco com uma peruca cor de rosa. Lucy jamais teria vergonha disso. E nem eu. Eu carrego uma galharufa. Eu não tenho medo de nada.

Então vamos lá, Lucy! Vamos lá, Pepper, Joana, Ringa, Paula, George, Azulão e Azulinha! Vamos fazer esse Submarino Amarelo zarpar, brincar, dançar, cantar e encantar!

Vem, gentch!!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Contrariando Sartre

Porque Sartre um dia foi lá e disse a célebre frase: “O inferno são os outros”, e eu não posso sair afirmando por aí que discordo dele. Mas tampouco concordo. Porque nesse mês eu andei analisando a minha própria pessoa (a arte de sair do seu corpo e ficar sentada do lado de fora observando suas atitudes) e cheguei a conclusão de que eu sou obrigada a contrariá-lo sim, ao menos em termos. Em muitos casos, o inferno não são os outros. Somos nós mesmos.

Eu sou capaz de fazer uma bagunça tão grande na minha cabeça, que dificilmente alguém conseguiria fazer um estrago maior. As pessoas podem até falar, julgar, criticar, mas na hora do vamos ver, na hora das madrugadas insones e das tardes de domingo, não tem jeito. Somos eu e eu. E é aí que a coisa periga.

Eu não sei vocês, mas eu me julgo muito, então eu acho que o ser humano domina a arte de se alto pregar na cruz, sabe assim? E quando eu resolvo me pegar pra Cristo, lembro de erros de mais de anos atrás, erros dos quais eu não me perdoo, e resolvo, inutilmente, ficar matutando sobre o assunto, até tudo virar uma bola de neve e eu me pegar sentada na cama chorando em plena madrugada.

Não. Eu não estou em crise existencial, muito pelo contrário, e é por isso que estou conseguindo fazer esse post, acho. Eu andei juntando coisa com coisa. O estopim foi o teatro, assumo. Muitas vezes ele o é, mas é porque ele é grande parte da minha vida, vocês sabem.

Eu acho que comecei a pensar isso ainda de forma inconsciente, o dia que meu professor me disse que eu cantaria um solo na peça e eu olhei pra ele e falei que estava desesperada. Ele falou que sabia disso, mas que se eu não confiasse em mim, era para eu confiar nele, que ele confiaria em mim, e tudo daria certo, e então eu saí um pouco mais calma dali, para logo depois tentar colocar a cabeça no lugar e concluir que eu não posso ficar esperando, sempre, que as pessoas confiem em mim. Eu tenho que confiar em mim em primeiro lugar, para assim, dar base para que os outros confiem.

Teve início aí, e depois eu comecei a repensar muitas coisas, e perceber que isso já estava implícito em mim em algumas questões anteriores, eu só não tinha conseguido perceber. Na verdade, eu notei que quando ‘a água bate na bunda’, a gente realmente tem que aprender a nadar. Semestre passado, também no teatro, eu tive muito medo de não conseguir fazer a Clara direito, de falhar, de não encontrar, enfim. Mas eu tinha entrado depois na sala, e guardei muita timidez em relação a muitas coisas, então, meio que fui segurando meu medo sozinha, sem contar pra ninguém. A Airen sabia o tempo todo, sem que eu precisasse contar, porque ela sempre sabe. Mas eu nem pensei que ela soubesse, e segui o fluxo das coisas: Com medo. E analisando isso, e analisando o que a Clara se tornou, eu percebi que ela nasceu, e se ela nasceu, foi porque em algum ponto dessa estrada eu confiei que ela iria nascer.

Juntei lé-com-cré e vi que, se eu não fui desabafar horrores sobre o não-nascimento da Clara com alguém que viraria e falaria que confiava em mim, obviamente eu acabei confiando em mim por mim mesma. E foi bacana perceber que, então, no fim das contas, eu sei confiar em mim. O caminho pra isso é que às vezes parece difícil.

Mas conseguir definir isso, e ter como um ponto claro pra mim, já foi bastante interessante. Porque agora eu sei mais ou menos como pensar, sei que tenho que lembrar disso, e prestar atenção na maneira como eu guio as coisas pra mim mesma. Sabe aquela música que diz que “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”? Pois é. A dor e a delícia. Mas a gente acaba se acostumando em achar a grama do vizinho mais verde, nos acostumar com nossa dor e com a delícia dos outros, ao invés de perceber que muitas vezes, nós mesmos causamos (ou pelo menos aumentamos monstruosamente) nossas próprias dores. E eu posso falar bem disso, porque sou dramática pra caramba.

Sei que agora eu aprendi a lidar melhor com as milhões de caraminholas que aparecem sem avisar na minha cabeça. Eu ainda grito socorro. Ainda soco travesseiros quando fico nervosa. Ainda me encolho e choro quando julgo necessário. Mas agora eu lembro que eu não devo ser o meu próprio inferno, e que para ter a cabeça no lugar, eu preciso me dar paz.

Isso não é auto-ajuda. Não é auto-estima. Não é revista de adolescente falando pra você aprender a se amar. Não é MESMO. É só aprender a lidar consigo mesma. Tentar entender onde ficam seus limites, onde fica o medo, até onde ele é necessário, e como colocar sua cabeça a seu favor.

Longe de mim dizer que Sartre estava errado quando disse que o inferno são os outros. Ele está certo sim. É que ele já tinha a mente bem evoluída para se livrar do seu inferno interior e só encontrá-lo do lado de fora. O inferno deveria sim ser os outros, o mínimo que podemos fazer por nós mesmos é sermos nosso céu. E isso é bem interessante, porque somos obrigados a conviver com nós mesmos o dia todo.

sábado, 19 de novembro de 2011

Vitrola da Cultura

Eis que o trabalho final de telejornalismo era montar um programa de estúdio. A professora falou, e então eu entendi um pouco sobre J. K. Rowling. Sabe, quando ela contou em milhares de entrevistas que a história do Harry Potter caiu inteirinha na sua cabeça, assim, poft, como se fosse mágica? Estou bem longe de receber uma entidade me contando uma história tão perfeita quanto Harry Potter, mas juro que o que aconteceu com o Vitrola da Cultura foi algo parecido. A professora falou: Montem um programa de estúdio. Eu virei pro lado e falei para os meus amigos: Venham aqui. Vamos montar o Vitrola da Cultura.

O programa apareceu montado na minha cabeça, como mágica. E aconteceu, cara. É tão bom sonhar com alguma coisa e ela acontecer. Melhor. Sonhar com alguma coisa e FAZER ela acontecer. Pois foi o que fizemos. Ignoramos tudo o que podia dar errado e fizemos. Nossa reportagem principal mesmo, tinha que ser filmada em um domingo. Era dia 6 de novembro, adiaram pra 13, véspera de feriadão. Dois amigos que iam comigo, sendo que uma ia ser a repórter, foram viajar. A PUC não empresta câmera filmadora aos domingos. Nem liguei. Passei a mão na minha Elizabeth, chamei outra colega pra ir, falei com meus amigos (era uma reportagem sobre o grupo de teatro voluntário de uns amigos meus!) e fui convidada para ir no carro deles, ainda por cima. Fui com eles cantando, nadando nas janelas, num espírito delicioso. Filmei a peça, mas infelizmente tive que excluir a primeira metade dela, pois os depoimentos de todos eles não iam caber no cartão da câmera! Quase chorei, mas tudo bem. Apaguei a primeira parte, gravei TODOS os atores e a diretora falando coisas sobre o processo, e até que tremi pouquinho! No final, tivemos uma conversa deliciosa, eles choraram, eu quase embarquei junto, minha colega se encantou pelo teatro, disse que agora me entende, e depois ainda me enfiei no carro deles e ficamos num barzinho até 22h30. Chato, né?

Depois a colega que foi viajar editou a reportagem, minha entrevistada in loco desmarcou pois teve um compromisso, e praticamente nos 40 do 2º tempo, meu colega de teatro me salvou ligando para o amigo dele, que também fez a peça, para ir lá dar entrevista in loco, e foi a coisa mais deliciosa! O programa foi uma delícia, eu me surpreendi com a minha calma pra falar na frente da câmera. (Eu e o Gus éramos os apresentadores, bafo, fala sério).

VC 009

Filmar foi fácil. A hora que o programa passar na sala de aula eu desmaio, mas aí são outros 500.

O Gus virou pra mim e falou: Se você estiver com vergonha de ser apresentadora de TV, finja que é uma atriz interpretando uma apresentadora de TV, ué. E aí, já sabem. Galharufa no pulso, paixão no peito, e tá tudo certo!

Eu, Gus e Rudi fizemos o primeiro bloco INTEIRINHO com uma tomada. Não erramos nenhuma vez. A diretora, dona  Rhaíssa, que ordenou que eu fosse de vestido e bota, e estava desfilando de terninho, ficou toda orgulhosa. Depois ficamos lá, batendo papo e dando risada no sofá, com a Nathy, produtora, que estava de câmera, até podermos gravar o segundo bloco, porque nosso entrevistado número 2 estava fazendo prova. Eu ainda tive um minuto de bobeira delicioso e falei:  “GENTE! Eu estou realizando um sonho”. Perguntaram o que era, e eu: “Quando eu era criança, eu morria de vontade saber o que o pessoal do programa ficava fazendo na hora do intervalo comercial. Agora eu sei. Dando risada no sofá”. Que delícia foi pensar isso, de verdade. Me aqueceu tanto o peito lembrar das minhas vontades de menina de 5 anos ali, quando eu estava com aquela roupa, aquelas botas, aquelas câmeras e aquele IPad na mão, pronta para chamar o segundo bloco.

Sei que foi uma delícia. Que deu certo, que o grupo trabalhou em sintonia mesmo, tudo funcionou, demos boas risadas, e saímos nos abraçando, com aquele orgulho delicioso de nós mesmos, que só sentimos no final de algo que foi muito gostoso!

VC 016

Rudi é o entrevistado mais fofo da cidade, eu de vestido roxo e botas, Nathy-produtora-contra-regra-de-moletons, Gustavo com seu cabelinho, Fer sentada no nosso amado chão que pensamos que não íamos conseguir comprar, Rhai diretora metida de terninho verde, Alan entrevistado que tocou violão no programa e tudo, Helô e Gleize que tiveram que ir apresentar trabalho de outra matéria mas ficaram ali em pensamento, e de pé, atrás, professora toda orgulhosa, que não fica junto na gravação, mas chegou no finalzinho pra elogiar o cenário e dizer que está doida pra assistir.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O dia em que meu Google Chrome morreu

Amanheceu gelado em Curitiba, mas eu nem sabia, porque estava no décimo sono enquanto amanhecia. Era mais ou menos 14h quando eu finalmente abri os olhos, e ainda enquanto me espreguiçava escutei meu celular apitar. Era a Gabi me mencionando no twitter, enquanto confabulava com a Marie sobre o sorteio do amigo secreto mafioso. Meio minuto depois, enquanto eu ainda decidia se realmente ia acordar ou não, lá veio outro apito no celular. Dessa vez era a Isadora, no GTalk, querendo saber onde diabos eu tinha me enfiado. Resolvi abrir os olhos. Sentei. Puxei meu notebook, liguei, e lembro vagamente do anti-vírus perguntando alguma coisa, que eu, ainda com sono e com um monte de meninas me apressando, cliquei no “não” sem querer. Gelei a espinha na hora. Sabia que tinha feito merda, mas não sabia o tamanho dela. Até que tentei usar o google chrome e ele não funcionou.

Entrei em pânico. As meninas me apressavam para fazer o sorteio do amigo secreto, e eu continuava em pânico. Desliguei e liguei computador. Reiniciei. Alterei configurações. Limpei disco. Desinstalei e instalei o programa. Restaurei sistema. E nada. O meu google chrome continuava sem funcionar. Nesse meio tempo fiz sorteio de amigo secreto, reclamei da falta do meu google chrome no facebook e no twitter, almocei, tentei mais um milhão de coisas pra ressuscitar meu navegador. Por fim, lavei a louça, tomei banho, e desci pro ponto de ônibus porque tinha duas peças para ver no Cena Hum.

Fiquei 40 minutos CONGELANDO em pleno novembro no ponto de ônibus. Vinham 500 ônibus, menos o meu. O Santa Felicidade passou 3 vezes. Eu já estava chutando calçada, comendo o resto da unha que me sobrava (porque segunda-feira, depois de 1 mês e com unhas grandes e fofas, eu fiz o favor de comê-las), com ódio da cidade, do frio, do ser maligno que tinha me roubado o google chrome, e morrendo de vontade de chamar um táxi. Aí o ônibus chegou.

Fui pro Cena Hum, bati papo em ótima companhia, assisti “Quando Romeu partiu”, chorei, saí pensando que Romeu não devia ter partido e que meu Google Chrome não devia ter morrido. Bati mais papo com a mesma ótima companhia, agora com mais um integrante. Assisti outra peça: “Estação 2412”, saí com a linda música na cabeça, e pensando em quando diabos o meu navegador voltaria a funcionar. Bati mais papo em ótima companhia com mais um integrante até minha mãe chegar, e fui lamentando no carro sobre a morte do meu Google Chrome. Cheguei em casa e tentei milagrosamente ligar o meu notebook e vê-lo funcionando, mas ele não estava. Jantei e tomei sorvete enquanto pensava no assunto e tentava arduamente usar o Internet Explorer.

Mas usar o Internet Explorer me dá raiva. Porque toda hora eu lembrava que era o Internet Explorer. Via aquele E lá em cima, via as coisas demorando pra carregar, facebook com outra fonte, e me irritava profundamente. Estava prestes a entrar em depressão. (Minha mãe diz desde que eu tenho 4 anos eu devia ser atriz.)

Minha irmã chegou no quarto pra tomar meu texto do teatro, e eu fui dando as falas enquanto batia papo com a diva Sabine no facebook e continuava matutando sobre o meu navegador em coma. Editei as rifas do teatro no computador (Falando nisso, alguém quer comprar?), e fui imprimir. Adivinham? A impressora não quis imprimir. Aquilo foi minha gota d’água. Juntei o frio, a chuva, o fim do feriado, a impressora que se recusava a imprimir minhas rifas e o meu google chrome quebrado. Entrei em crise. Comecei a dar socos na minha irmã e perguntar: “POR QUE EU, PORQUE EU?”, e ela se matava de rir, até que ela calmamente reiniciou o computador a impressora funcionou como mágica. Eu cheguei a falar: “Ok, agora clica no ícone do google Chrome. Se ele funcionar eu te dou 10 reais”. Mas nem funcionou.

Depois de um longo e tenebroso inverno, onde eu baixei vídeos, picotei rifas, entrei no tumblr e reclamei do IE no ouvido da Helena, ela resolveu ir dormir e eu fiquei forever alone na companhia do Internet Explorer. Meu anti-vírus está vencido tem 60 dias, e eu preciso renovar. Aí entrei pela ENÉSIMA vez do dia nas configurações de firewall do meu computador, e não consegui alterar, porque dizia que o anti-vírus é que mandava naquilo. Acontece que o anti-vírus está vencido. Ele bloqueou meu google chrome e ficou lá de cima, no seu patamar vencido e inabalável. Era eu contra o anti-vírus pela vida do meu google chrome e pela minha sanidade mental. Afinal de contas, mais um dia usando IE e eu ia pirar.

Olhei bem nas fuças do meu anti-vírus. Cliquei em desinstalar. E agora o meu google chrome funciona. MAN, I WON!

megustachrome

P.S.: Mãe, por favor, precisamos sentar no computador e encomendar o anti-vírus novo. Agora ele não está mais VENCIDO. Ele está INEXISTENTE. E isso é tenebroso. (Mas agora eu tenho meu google chrome de volta, não é lindo?)

domingo, 13 de novembro de 2011

Meu infinito particular

Vamos Falar de Amor sem dizer Eu Te Amo (221)

Daí que essa semana eu me peguei no twitter na maior conversa de decidir quem era o Beatle preferido de cada uma das envolvidas no papo. E eu estava me divertindo com os argumentos e com nossa babação em cima dos quatro rapazes e de suas músicas, e enquanto eu cantarolava “Lucy in the sky with diamonds” mentalmente, eu pensei, de novo, em como o teatro é algo fantástico.

Estar no palco é maravilhoso. É mágico. Entorpece e dá forças. Ao mesmo tempo que dá pra se pensar que nos tornamos vulneráveis, lá em cima também somos intocáveis. Porque sim. Só quem vive isso consegue explicar. Ou melhor, não consegue explicar. Consegue sentir, que é o importante.

Mas é incrível também o mundo que existe atrás e antes do palco! São tantas experiências, tantas “vidas”! Nessa minha “curta brincadeira” de estar no meu 4º ano de teatro, já fui uma criança que pedia histórias, já estive em lua de mel na Transilvânia perdida na casa mal-assombrada de um maluco, aprendi que meias arrastão pinicam, descobri que quando sua personagem tem que estar morta no palco você consegue se desligar tanto de si mesma que pela primeira vez na vida alguém fica sacudindo sua barriga e você não sente cócegas nenhuma vez. Semestre passado então foi recheado. Me apaixonei por Caio F., descobri Heiner Müller e seus corações, me encantei com o doce, e ao mesmo tempo, forte, jeito de Tennessee Williams contar suas histórias, e comecei a abrir um sorriso só de ver um vasinho de margaridas. Nesse semestre, não mais que de repente, me pego cantarolando Beatles por aí a torto e a direito, além de ter passado um dia inteiro camelando atrás de tecidos para o nosso figurino: Agora eu sei o que é tricoline e Oxford, gente. E nem vou mencionar o repertório que vem com a peça dos outros, só vou dizer um nome: Florbela Espanca.

E é por isso que o teatro é meu infinito particular. Porque é um mundo vasto demais para não ser chamado de infinito. E é particular porque cada um tira dali o que precisa, o que quer. Dumbledore disse que Hogwarts sempre estará lá para os que precisarem dela. Foi mais além, se corrigindo e reinteirando: “Ou melhor. Hogwarts sempre estará lá para aqueles que a merecerem”. Eu tenho que parafrasear o sábio bruxo e dizer que o teatro sempre estará lá para aqueles que o merecerem e precisarem dele. Para aqueles que souberem desvendar o infinito que existe ali. No palco, e atrás dele.

E terça feira começa a Mostra de Teatro do Cena Hum! E daqui a 13 dias estreia Submarino Amarelo! Merda Merda para todos nós! Que se faça a mágica, que se acenda a luz!

Foto da peça Vamos Falar de Amor sem dizer Eu Te Amo, tirada por Éri Buhrer.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Amor.

Eu ainda não tenho filhos. Um dia pretendo tê-los, segurar no colo, apertar contra o peito e ter certeza de que esse é o maior amor do mundo. Mas eu ainda não tenho. Eu tenho pais, tios, avós, primos, amigos, e amo muita gente. Amo mesmo. Porque eu sou dessas que me entrega, sabe? Me entrego de bandeja no primeiro abraço, no primeiro sorriso. Heiner Müller disse que a gente precisa perguntar se pode colocar o coração aos pés das pessoas. Eu não pergunto. Saio colocando. Se pisarem, eu acabo sobrevivendo. Mas eu amo.

Eu disse que ainda não tinha filhos né? Pois é. Um dia eu ouvi uma frase que dizia que irmãos mais novos nos ensinam a ser mães antes dos filhos chegarem. Juro que é a mais pura verdade.

A Helena é uma peste. Ela tirou essa casa do lugar comum quando nasceu. Ela chorava dia e noite, é birrenta, implicante, responde a minha mãe muito mais que deveria, e acha que é dona do nariz dela. E aí eu fico torcendo pra minha mãe virar a mão na cara dela. Mas é só minha mãe ameaçar que eu me fecho no quarto pra não ver, e no fim da contas, vou acabar chorando mais que a Helena.

A Helena é a pessoa com quem eu mais me preocupei na minha vida até então. De verdade. Até hoje, se eu estou sozinha com ela fora de casa e ela some 2 segundos da minha vista eu fico louca. Vai saber né? Também é da Helena que eu mais sinto falta quando eu viajo.

A Helena COM CERTEZA foi a pessoa com quem eu mais briguei na minha vida. Mas reza a lenda que a gente só briga com quem a gente ama. Então, vou te contar, deve ser amor demais!

Dia 20 de outubro de noite, poucas horas antes da Marina nascer, olhei pra Anna Beatriz dormindo no berço, meu olho encheu de água, e eu suspirei: “Mal sabe ela que ela está prestes a ganhar o melhor presente de toda a vida”. Porque é isso que a Helena é.

O melhor presente que eu ganhei na vida.

Ba 006

Feliz aniversário, criança.
Mas nem precisa se meter à besta com essa minha declaração.
Amanhã acaba seu aniversário e tudo volta a ser como era antes.
(E não OUSE namorar Mateus Solano. Ele é meu.)

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Anna Vitória me entenderia

Lembro que era janeiro. Se não me engano, de 2009. Estreou a minissérie Maysa, e dentro dela, apareceu um rosto, que na história, atendia por Ronaldo Boscoli, ou algo parecido. Sei que eu corria pra frente da televisão só para esperar aparecer aquele rosto novamente, e todas as vezes que ele aparecia, eu tinha ataques de amor.

Algum tempo depois, estreou uma novela em que ele era do núcleo protagonista. Além disso, ele era 2! Podia ter algo melhor? Só se ele entrasse na minha casa né. A questão é que nessa novela eu afirmei minha paixão eterna por ele, que tem o sorriso mais lindo da ficção: Mateus. E vou chamar só de Mateus porque sobrenomes tornam a coisa impessoal.

Hoje o destino fez uma sacanagem comigo. Porque eu sonhei com Mateus. Pela primeira vez. E o sonho era MEU. Tinha que ser tudo lindo, romântico, eu e Mateus poderíamos ter nos casado, mas não. No meu pesadelo, Mateus era namorado da minha irmã. Repito: Mateus era namorado da minha irmã.

Eu lembro que eu estava tão revoltada, que me trancava no quarto pra chorar e chutar móveis. Tinham fotos de Helena e Mateus espalhadas por toda a minha casa, toalhas com o nome dos dois no meu banheiro, eles saíam para tomar milk shake juntos e eu mordia minhas mãos de tanta inveja dentro de casa. O sonho foi tão desesperadamente real, que eu juro que quando acordei, sentei na cama assustada e fiquei repassando mentalmente se minha irmã não era realmente namorada de Mateus. Não é, graças a Deus.

Já é difícil imaginar meu Mateusinho casado com outra, agora, esfregando seu amor pela minha irmã debaixo do meu nariz é sacanagem demais. Destino, providencie um sonho com Mateus onde EU case com ele. Ou não né. Porque aí corria o risco de eu não querer acordar nunca mais.


Mateus, vem ser SOL assim pra mim, vem. 

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Keep calm and find yourself a Ross Geller

rachelross

É porque eu recomecei a assistir Friends, sabe. Acabei de primeira temporada agora, e confesso que assisti até aqui pensando várias vezes sobre tudo o que a Anninha falou aqui. E me irritei um pouquinho com o Ross. Ele é mimado. De verdade. É mimado, se irrita muito fácil, é bem rancorosinho, e eu confesso que comecei a ficar com medo do que eu estava começando a pensar sobre o Ross. Porque eu AMO o Ross, e acho que ele e Rachel são o casal perfeito, e eu não devia recomeçar a assistir Friends se isso fosse acabar com a imagem imaculada que eu tenho dos dois juntos. OK, nem tão imaculada assim, porque né…

Mas aí os episódios vão passando, e a primeira temporada termina exatamente quando o Chandler deixa escapar que o Ross é apaixonado pela Rachel. E aí eu já senti aquela pontada no coração que eu acho que por mais que eu assista Friends 1000 vezes nunca vai passar. E aí sumiu todo o resto. O Ross pode ter milhões de defeitos, mas Ross will be Ross. Não tem jeito.

Ele vai ser pra sempre o Ross. Aquele que se apaixonou pela Rachel aos 15 anos e a amou a vida toda. Aquele que olha pra ela como se olhasse para um diamante. Aquele que declara para quem quiser ouvir que o defeito de todas as outras mulheres no mundo é que elas não são a Rachel. É aquele que olha nos olhos dela e diz que SEMPRE foi ela. E só.

É o Ross, cara. O Ross. Ele pode ter o defeito que for, mas ele vai ser sempre o Ross da Rachel. E meu coração sempre vai me dar pontadas quando vejo cenas dos dois. E eu sempre vou chorar quando olhar a carinha de Rachel esperando-o no aeroporto com aquele buquê de flores na mão. Sempre.

Afinal de contas, ele pode ser o que for. Mas acima de tudo, ele é a lagosta dela. E ponto final.

branco

He is her lobster.