domingo, 30 de dezembro de 2012

A estante de 2012

Depois da Anna e da Tary, chegou a minha vez de contar o que foi que eu andei lendo durante esse ano. Fui olhando minha lista e fazendo comentários gerais sobre os livros, muito mais emocionais do que técnicos, portanto, se tiverem paciência, aí está! Embaixo do vídeo, copiarei descaradamente o formato de post criado pela Anna, elencando os livros e eventualmente fazendo algum comentário sobre. Até 2013!

1. Alta Tensão – Harlan Coben
- O pior que li dele, não me pegou não. :(
2. A Guardiã da minha irmã – Jodi Picoult
- Dolorido e muito amado.
3. Diário de uma paixão – Nicholas Sparks
- Terrível. Troféu abacaxi do ano.
4. Água para elefantes – Sara Gruen
5. Emma – Jane Austen
6. Cena Hum Dramaturgia – George, Airen e Hum.
- Uma coletânea de peças de 3 professores meus! Amo a primeira página dele..
7. Leite Derramado – Chico Buarque
- Grata surpresa!
8. Morangos Mofados – Caio F.
- O título diz tudo!
9. A Cabana – William P. Young
10. A Preparação do ator – Constantin Stanislavski
11. Clarice, – Benjamin Moser
- A Felicidade Clandestina do ano.
12. Memórias de uma gueixa – Arthur Golden
13. Contos de fada – Irmãos Grinn et. al
- Um presente de aniversário delicioso e desenhadinho!
14. Para uma menina com uma flor – Vinícius de Moraes
- Outro encantador presente de aniversário!
15. Jogos Vorazes – Suzanne Collins
16. Em chamas – Suzanne Collins
17. A Esperança – Suzanne Collins
18. Quarto – Emma Donoghue
19. Felicidade Clandestina – Clarice Lispector
20. Feios – Scott Westerfeld
- Esperava mais.
21. A vida secreta de Marilyn Monroe – J. R. Taraborrelli
22. Pedras de Calcutá – Caio F.
23. Preciso dizer que te amo – Cazuza
- Maravilhosamente poético…
24. Meu pé de laranja lima – José Mauro de Vasconcelos
- Facada no coração do começo ao fim. Presente lindo de aniversário!
25. Ao sul de lugar nenhum – Charles Bukowski
26. Ciranda de Pedra – Lígia Fagundes Telles
27. A Culpa é das Estrelas
- Okay.
28. O ator invisível – Yoshi Oida
29. Bela Maldade – Rebeca James
30. Resposta Certa – David Nicholls
- Decepção do ano.
31. Precisamos falar sobre o Kevin – Lionel Shriver
- Incrível.
32. Fazendo meu filme 1: A estreia de Fani – Paula Pimenta
33. Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres – Clarice Lispector
- Pessoalmente dolorido e calmante pra alma!
34. Por isso a gente acabou – Daniel Handler
- Tão mal escrito…
35. 49 contos de Tennessee Williams
- Outro presente liiiindo de aniversário!
36. Cotoco – John Van de Ruit
37. Linhas – Sophia Bennet
38. A Idade dos milagres – Karen Thompson Walker
39. Grace – Robert Lacey
40. As vantagens de ser invisível – Stephen Chbosky
41. Por favor cuide da mamãe – Kyung-Sook Shin
42. Persuasão – Jane Austen
43. Aos meus amigos – Maria Adelaide Amaral
- Maravilhoso e dolorido.
44. Renato Russo, o filho da revolução – Carlos Marcelo
- Polêmica pessoal.
45. Para sempre – Kim e Krickitt Carpenter
- Fiquei irritadíssima com a auto-ajuda disfarçada

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Quem tem as flores também precisa.

Quando eu estava no colegial, fomos estudar Fernando Pessoa em literatura. A professora dividiu os pseudônimos do moço entre a turma, e pra mim, sobrou Alberto Caeiro. Eu comprei o livro, e abri no meio dele pra ver o que encontraria lá dentro. E me dei de cara com um “poema” de uma linha, solto, no meio de uma página amareladinha. E lá estava escrito: Quem tem as flores não precisa de Deus.

Achei um absurdo. Peguei raiva de Fernando Pessoa, li o livro emburrada, e apaguei da memória tudo o que sabia a respeito dele. Não lembro de quase nada, só que ele tinha pseudônimos. Nunca mais quis ler nada da criatura. Falta de maturidade.

Hoje minha tia resolveu sair tirando livros dele pelo armário, e eu fiquei pensando na tal frase que tinha lido anos atrás e conclui que eu tive um ataque de rebeldia desnecessária, porque ele pode ter tido vontade de dizer que as pessoas geralmente são assim, e que deviam acordar pra vida. Pode ter sido uma crítica. E uma carapuça muito bem servida, porque quando a gente está feliz demais, geralmente, a gente esquece.

Eu confesso que rezo muito mais quando estou num momento difícil. Mas aprendi, inconscientemente, a rezar quietinha, no meio dos momentos felizes, pra agradecer. Assim, silenciosamente, e com um sorriso no rosto. Os momentos onde isso mais acontece é quando estou com a minha família inteira.

Eu geralmente paro, quietinha, no meio daquela bagunça deliciosa, pra analisar e agradecer pela família em que eu fui nascer. Descobri que minhas primas faziam a mesma coisa, e agora, geralmente, no meio da bagunça, a gente só encontra olhares, pisca, e sabe que estamos agradecendo juntas. De coração.

Dia 24 de dezembro meu avô fez 90 anos! Nosso baixinho com cabelos ainda pretos. Nosso maior presente. Comemoramos deliciosamente juntos. Nós temos as flores. Nossa família, nossos momentos, a vida do vovô. E quanto mais eu reparo nessas flores, mais eu preciso de Deus. Preciso que Deus abençoe esse presente, pra que ele continue acontecendo. Preciso contar, feliz e segura, com mais muitos anos de vida pro meu avô. Pra que a gente consiga realizar nossos sonhados planos de comemorar seu centenário. Pra que nunca percamos nossa união. Pra que os abraços continuem sendo verdadeiros, e continuemos chorando e agradecendo juntos por termos nascido na família em que nascemos. Pra que tenhamos muito, muito mais o que comemorar, a cada dia que passa.

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90 anos é um infinito, e tudo que eu quero é um infinito ainda maior de números na vida do meu avô e na de todos nós! São 90 anos, e tudo o que eu peço é mais tempo! E peço agradecendo, porque há 90 anos, muito antes de nós nascermos, nasceu o maior presente que poderíamos ganhar na vida. E a gente nunca vai cansar de comemorar.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Eu perco tempo com essa gente

Teve um dia na minha vida que eu abri um blog que ainda não conhecia. Aposto que foi em algum #BlogDay da Bavis expondo as intimidades em público. Era um blog de fundo branco, escrito com letra simples, preta, e os posts eram enormes. Prato cheio. Adoro fundos simples com textos enormes e bem escritos. Li o blog de cabo a rabo. Foi assim que eu conheci a Renata.

Renata. Tão autossuficiente e adulta, que eu comecei a comentar em todos os posts dela na certeza de que ela nunca me responderia. Até o dia que ela me respondeu. E seguiu me respondendo, e um dia me citou no seu post fim de maratona de posts sobre o Bon Jovi.

Um dia a gente se adicionou no MSN (sim, isso ainda existia. Tempos remotos) e começou a conversar bem de leve. Não mais que de repente, a gente conversava todos os dias e ela já tinha se tornado meu porto seguro. Renata. Aquela amiga adulta. Adulta e braba, que sabe de todos os seus pontos fracos, sabe dos seus dramas, vive te dando bronca e te mandando acordar pra vida. Renata aquela amiga que eu rapidinho aprendi que não tinha como viver sem.

Renata hoje faz aniversário! É #ReDay, gente! É dia de comemorar Renata! E eu não canso de comemorar o fato de ter resolvido perder tempo comentando no blog daquela pessoa que jamais me responderia… Adoro perder tempo com essa gente!

Rê, amiga, feliz aniversário! Tudo de melhor na sua vida, muita luz, saúde e paz! Continue com essa autossuficiência e divisse incrível, mas sabendo que tem muita gente com quem você pode contar! Obrigada por nos dar a chance de comemorar essa data com você. Guarda um pedaço de bolo que em janeiro eu tô aí.

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sábado, 22 de dezembro de 2012

As águas de 2012

22 de dezembro. O dia 21 passou inteirinho me olhando com cara de quem estava super afim de acabar, só que não. Um céu azul. Um sol. Um calor. Do jeitinho que eu gosto. Já estou no meu Espírito Santo, na sala da vovó, embaixo do ventilador e olhando pra árvore de Natal. E claro, já comi alguns pedaços de pão e já tomei um belo banho de piscina. Faltam 8 dias pra 2012 acabar.

O que dizer desse ano? Foi doce! Pedi um ano doce, e acredito que consegui. Já comentei aqui antes sobre como pra 2013 eu pedirei leveza, porque preciso aprender a ser leve pra aproveitar melhor a doçura, mas tudo bem. Fora os pesos desnecessários que eu coloquei sobre mim esse ano e que me atrapalharam de enxergar a doçura de forma clara como deveria ter sido enxergada, foi tudo muito bom, tudo muito bem.

Passei um janeiro delicioso curtindo minhas últimas férias com minha prima estando solteira, passei o ano aproveitando uma Curitiba onde quase não fez frio, apresentei 5 peças, sendo que uma ganhou 6 troféus lindos, incluindo o de melhor espetáculo do ano. Comecei a estagiar na minha escola de teatro, que é um lugar que eu amo de paixão. Minha prima engravidou e me chamou pra ser madrinha do bebê!

Fiquei mais próxima de pessoas que eu já amava, vivi pérolas, abracei pessoalmente minhas amigas que eu tantas vezes já tinha abraçado através da tela do computador. Li quase 50 livros e passei o ano de mãos dadas com personagens incríveis. Grudei pra sempre em “A Culpa é das Estrelas”, que dificilmente sai do meu pescoço. Passei vários momentos dando risada com Friends, e derrubei algumas lágrimas ao lado de Grey’s Anatomy, uma das maiores paixões de 2012.

É. Acho que foi bom. Acho que estou terminando essa brincadeira com a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo. E isso é o que a gente sempre procura, no fim das contas, né? A tal da serenidade… Vamos ver o que 2013 anda reservando. Espero do fundo do coração que sejam sorrisos. E as lágrimas, quando vierem, que sejam apenas na quantidade necessária pra nos fazer lembrar de como os sorrisos devem ser melhor aproveitados.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

A Insônia é o soro dos desesperos

Minha amiga costuma dizer que o sono é o soro da verdade. Eu acho essa teoria incrível, que gerou uma frase mais bonita ainda, mas não sei se isso pode se aplicar a mim, já que quando eu estou com muito sono eu começo a falar coisas sem sentido, e não exatamente a verdade. Naqueles momentos antes de apagar completamente, quando eu estou seriamente alterada pelo sono, eu começo a falar em inglês, ou jogar frases soltas, que mais parecem devaneios. E isso geralmente acontece quando estou com alguma amiga e já passa das 5h da manhã. Mariana, que me conhece desde os 12 e dormiu mil vezes na minha casa, sabe muito bem. Quando ela começa a perguntar se eu prefiro “Amarelo ou Vermelho”, e eu dou uma gargalhada e respondo: “Verdade, né, meu?” é hora dela me deixar dormir.

Essa introdução toda foi só pra comentar que pra mim, o sono é o soro da embriaguez, e não da verdade. Mas que, agora a pouco, pensando no assunto, fui obrigada a concluir que a insônia, essa com certeza, é o soro dos desesperos.

Não tenho nada contra as madrugadas. Aliás, as acredito incrivelmente poéticas. O mundo inteiro está em silêncio e você pode se encontrar com você. Deitada na cama, depois de um dia longo, com tudo escuro em volta. Dá pra conversar só com quem você quer conversar, assistir seu seriado, ler um livro, ou apenas desligar a luz, colocar a cabeça no travesseiro, e ficar olhando pra cima, sem enxergar nada, apenas curtindo o momento. Sim. Madrugadas são poéticas. Quando você está deitado tranquilo fazendo qualquer uma dessas coisas. Só que às vezes elas são assustadoras.

Sempre tem aquelas onde parece que qualquer posição te incomoda. Você senta, deita, deita de lado, vira de bruços, e nada. Fica com calor, fica com frio, embola o edredom, joga o travesseiro no chão, e nada. Assiste seriado e percebe que nem está lendo as legendas. Tenta ler, e lá pela terceira página, percebe que não sabe absolutamente do que a história está falando. Tenta umas músicas e elas só te agitam mais. A cabeça vaga longe. Mas bem longe, também, das estrelas. Até que você desiste de vez, deita com os olhos pra cima, e fica encarando aquele teto, com pupilas arregaladas. E então começa a passar aquele filme assustador pela sua mente, elencando todos os seus medos, culpas e preocupações. E se o mundo acabar mesmo? Quando meu avô morrer, o que vai ser da minha família? E se eu nunca passar na prova do Detran? Cara, quando eu tinha 7 anos eu aprontei na escola e deixei meu colega de sala levar a culpa, eu sou um monstro. AH, acabo de me lembrar que tenho que comprar um presente amanhã, e se eu não tiver tempo?

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E assim vai. Medo, preocupações e culpas atrás de medo, preocupações e culpas. E isso vai se tornando uma bola de neve, e então você se pega sentado na cama com os olhos vidrados no nada, parecendo um zombie. Edredons já estão no chão, travesseiros idem, algum cachorro desandou a latir lá fora, e alguma porcaria de galo já resolveu começar a cantar. Você sente as suas olheiras, mas já não tem espírito nenhum pra dormir, afinal, o mundo está caindo e dormir é uma frivolidade. A insônia É o soro dos desesperos.

A madrugada, vez ou outra, tem o poder de te mostrar que tudo na sua vida vai bem errado e assustador. E o pior: Você não tem ideia de como começar a resolver. Ou de repente, tem. Um milhão delas. Mas aí, chega uma hora, que você vira pro lado, e sem querer, adormece. E no outro dia tem sol. E com ele, de repente, metade dos medos foram guardados nas suas caixinhas de volta. Agora está de dia, e você pode começar a resolver as preocupações. E quanto à culpa? Uma colega disse uma vez que quando você faz alguma merda, você vai ter feito a merda de qualquer jeito, e já vai carregar isso no seu passado. Colocar uma tonelada de culpa junto só vai fazer o fardo ficar mais pesado, e não vai mudar mais porcaria nenhuma na vida de ninguém. Eu sei. Na teoria foi bonito, mas de vez em quando é bom pra acordar a cabeça, né. Ninguém morreu quando a professora deu uma bronca no teu coleguinha aos 7 anos porque você estava assobiando na sala. E tem outra, você já levou culpa no lugar de outros coleguinhas e também está viva pra contar a história.

A insônia da madrugada tem o poder de acordar todos os monstros que existem na minha cabeça. Mas meu consolo é que a aurora chega bem no fim da madrugada. E ela sempre vem carregada de uma dose de calma. Manhãs são um santo prozac, não? Sei lá. Elas, pelo menos, passam a sensação de que a gente tem tempo pra resolver a vida.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

I wouldn’t wanna be anybody else

A grama do vizinho é sempre mais verde. Claro que é. A gente não foi saracotear por ela pra sentir todas as formigas e arainhas que moram ali, se engarrafando no meio das folhagens brilhantes e orvalhadas. A grama do vizinho é sempre mais verde porque ela sempre nos parece puramente verde. Cadê as folhas meio marrons e envelhecidas que deveriam estar ali? Estão todas no meio do nosso jardim, claro. Nunca no dos outros.

Isso é ser humano, né? É avaliar o outro. É pensar em como a gente queria ser o outro, como a vida de fulano ou beltrano é muito mais descomplicada e feliz do que a nossa, em como tem muito mais louros. Quando eu era criança, meu sonho era ser a Arianne, minha melhor amiga. Ela era morena, inteligente, organizadíssima. Aos 5 anos, estendia a toalha no banheiro, enquanto eu deixava jogada e molhada em cima da cama. Eu tinha certeza que a minha mãe queria ser mãe da Arianne. A vida da Arianne devia ser muito mais incrível, porque ela era organizada e estendia suas toalhas!

E assim a gente segue a vida. Mirando milhões de vidas que se entrelaçam com as nossas, e pensando em como tudo deve ser mais feliz e descomplicado ali, na cabeça dos outros. Queria ser a Laís, ela sabe cozinhar. Ou senão a Rafaela, que é alta e bonitona. Não. Preferia ser a Anna, pra ela, escrever é tão natural. Quem sabe ser a Tary, que tirou um 10 no TCC. Ou: OLHA SÓ A EMMA WATSON, CARA. ELA FEZ HARRY POTTER. Meu sonho era ser a Emma Watson.

Ai, porque será que justo a minha vida tinha que ser a mais banal, desimportante e trabalhosa de todas? É aquilo que disse a Mafalda: Tanta gente no mundo e justo eu fui escolhida para carregar o fardo de ser a minha pessoa.

E sabe o que eu penso hoje, quando eu estou feliz, leve, e contente com a minha vida, as minhas vitórias e tudo o que eu tenho dentro de mim? Penso que eu não daria a minha vida por nenhuma outra. Porque as outras são verdes! São verdes e orvalhadas, mas céus, são lotadas de formigas e arainhas! Se as minhas não são? E como são! Mas não trocarei as minhas folhas brilhantes que eu conheço e amo tanto pelas formigas dos outros, que me são desconhecidas. Não troco as minhas conquistas e felicidades pelo conjunto do outro, que vem, certamente, lotado de problemas, tanto quanto o meu conjunto. Se os problemas dos outros parecem menores? Isso é porque estão na cabeça deles, e não na minha. Problema por problema? Mesmo que me pareçam gigantes, fico com os meus, porque com eles eu ando aprendendo a lidar há 20 anos! Dos monstros desconhecidos estou aceitando abrir mão. Porque hoje eu confio em mim. Eu amo a minha vida, sustento as minhas escolhas, acredito no meu taco e coloco a cabeça no travesseiro pra dormir sem peso e com poesia.

(Tomara que dure até amanhã)

domingo, 9 de dezembro de 2012

O que rola no meu Skoob

A Amandinha, aquela gênia noiva e recifense com um sotaque que eu adoro, inventou um meme Skoobiano e me chamou pra participar! Eu, que tardo mas nunca nego um fervo, aqui estou para responder às perguntas, que configuram uma verdadeira análise da minha estante virtual no Skoob. E pra abrir o post, vou usar a foto que uso no perfil do skoob.

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1 - Quantos livros você tem na aba LIDO?

233.

2 - Qual livro você está lendo?

São 3. Estou lendo “Renato Russo: O filho da revolução”, e estou super enrolada com ele porque sua leitura coincidiu com semana de estreia de peça, e fiquei alucinada! Agora que estou retomando, estou na página 102. Além disso, estou lendo “A Rosa do Povo”, livro de poesias do Drummond, e estou lendo “Toda Mafalda”, pego pra ler tirinhas quando me apetece. Ganhei em abril, mas não leio correndo por motivos de não quero terminar! E o livro é enorme, porque tem realmente todas as tirinhas, então faltam boas páginas ainda.

3 - Quantos livros você tem na aba VAI LER?

182. Essa aba é infinita. Cada um que eu tiro de lá equivalem a uns 3 novos. Morro e não leio tudo. Infelizmente.

4 - Você está relendo algum livro? Qual?

Não. Tenho vontade de reler alguns às vezes, mas tenho tanta coisa que ainda não li, que me sinto mal de repetir…

5 - Quantos livros você já abandonou?

4. Iracema, porque, gente. Não dá. Sobre essa obra, só sei que Iracema virgem dos lábios de mel com os cabelos tão negros quanto a asa da graúna e então, desisti. José de Alencar, me perdoe. Não consegui passar da primeira página.
O diário de Zlata, porque peguei na estante e comecei a ler por falta de opção, e se não me engano, no mesmo dia chegou um livro que eu tinha comprado, e então, eu desisti. Mas nada pessoal. 
Feliz ano velho, que eu morro de vontade de ler. Acho que peguei pra ler na época/idade errada, e não consegui passar da metade. Mas pretendo encarar de novo!
O triste fim de Policarpo Quaresma, porque só Deus na causa dessa chatice em forma de literatura.

6 - Quantas resenhas você tem cadastradas no Skoob?

Nenhuma! E nunca li a de ninguém, morro de preguiça!

7 - Quantos livros você já avaliou?

226. Procuro avaliar assim que acabo de ler, só deixei passar alguns por esquecimento mesmo.

8 - Quantos livros você tem na aba FAVORITOS? Cite alguns deles:

Nunca lembro de atualizar essa categoria, mas tenho 39 livros ali. Todos os do Harry Potter, A Culpa é das Estrelas, A obra completa da Florbela Espanca, Longe é um lugar que não existe… <3

9 - Quantos livros você tem na aba TENHO?

Nunca mexi com essa aba! Tá zerada!

10 - Quantos livros na aba DESEJADOS?

Também nunca mexi nessa! Os desejados fazem parte dos que estão na aba de “vou ler”.

11 - Quantos livros emprestados no momento? Quais?

Nunca registei um empréstimo no skoob, mas sei que “Um dia”, “A Guardiã da minha irmã”, “Pequena Abelha”, “Sushi”, “Férias” e “As virgens suicidas” estão emprestados. E eu estou morrendo de saudade deles!

12 - Você quer trocar algum livro? Qual?

Não, sou apegadíssima!

13 - Na aba META, quantos livros você tem marcados? Conseguiu cumpri-la?

Tem 28 livros lá. Eu uso essa aba para definir prioridades, porque senão eu coloco o livro na lista de “vou ler”, esqueço dele, e passo mil outros na frente.. Por enquanto estão lidos 19 dos 28. E mesmo assim eu vivo passando outros na frente. Falta de vergonha na cara.

14 - Qual o número do seu paginômetro?

67.485.

15 - Qual o link do seu perfil no Skoob?

http://www.skoob.com.br/usuario/3891-analu

sábado, 8 de dezembro de 2012

Do que é feito um ídolo

Segundo o dicionário, ídolo é um substantivo masculino que designa uma pessoa à qual se prodigam louvores excessivos, ou uma figura que desfruta de grande popularidade. Eu nunca fui de ter muita paciência com essas coisas.

Assim, quando eu era criança, não podia ouvir o nome da Sandy que corria desesperada pra frente da TV. Tive todos os CDS e fui em 2 shows. Também fui fã de Avril, tenho várias músicas no IPod e fui em um show. Adoro os meninos da seleção brasileira de vôlei, e tenho foto com quase todos eles, bem como uma camisa linda oficial autografada por vários. Está escrito GIBA no peito dela, e eu dei um abraço tão forte nele neste dia, que fiquei com vergonha. E então ele me deu um beijinho no rosto quando eu me virei para ir embora.

Tirando isso, não consigo me lembrar de outros grandes episódios. Eu adoro Friends, adoro Harry Potter, acho aquelas pessoas incríveis por terem feito o que fizeram, mas apenas isso. Tive minha fase de ter pôsteres colados dentro do armário, mas nunca me importei com o que aqueles rostos realmente significavam. Adoro Cazuza, Caio F., Florbela Espanca e Renato Russo, mas não tenho mais nada o que fazer com eles além de apreciar as obras e suas trajetórias com o coração mareado. Foi depois de grande que eu descobri, sem perceber, o que um ídolo realmente significa.

Não quero julgar ninguém, mas as pessoas passam grande parte de seu tempo babando por alguém que nunca vai saber o nome delas. Chorando, gritando, passando 2 semanas numa fila pra um show. Pra mim, isso é um sofrimento tão desnecessário. E não quero diminuir o sofrimento ou o objeto de paixão alheia, porque essas coisas não se explicam. Só quero expressar o quanto agradeço por ter nascido com uma cabeça e um coração que decidiram que um ídolo é alguém que está muito além disso.

Descobri de repente que meus ídolos são pessoas às quais eu admiro pelo que fazem de forma tão bem feita e apaixonada, e que, também por isso, não se acanham em transmitir tudo para os outros. Meus ídolos sabem quem eu sou, eles torcem pra eu fazer direito, e entram correndo num camarim pra me abraçar apertado e dizer, com os olhinhos brilhando: “Eu sabia que você ia conseguir, que orgulho de você”. Meus ídolos, vejam só, têm a coragem de me abraçar dizendo serem meus fãs!

Eu sou fã de uma guria que é mais nova que eu. E eu vivo dizendo que, quando eu crescer, quero ser igualzinha a ela. Eu era sua fã desde que eu tinha 16 e ela 14. Hoje ela é uma das minhas melhores amigas, diz que é minha fã também, e que eu sou sua metade que gosta de verão, vejam só.

Meu ídolo é meu avô, que me deu a família mais linda do mundo de presente, ainda antes de eu nascer. É a minha avó, que faz docinhos maravilhosos pra eu comer. Meus ídolos são meus pais, que me ensinaram uma enorme parte de tudo o que eu sei nessa vida, e que me amam mesmo eu contrariando muitas das coisas que eles acham ser o melhor a ser feito.

Meus ídolos são de carne e osso. Eles existem. Eu os abraço, deito no colo, choro no ombro, e comemoro as alegrias com. Meus ídolos me abraçam apertado. Dizem que confiam em mim, que são meus fãs. Pra mim, todos os sentimentos saudáveis do mundo são vias de mão dupla. Eu jamais conseguiria idolatrar sozinha. E é por isso que eu agradeço aos meus ídolos não apenas o fato deles existirem, mas também o fato de eu existir na vida deles. Um ídolo é feito de reciprocidade, de entrega, e de carinho. Mútuo.

Que bom que eu encontrei os meus.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Varanda do Esquecimento, obrigada.

Nunca é fácil começar. Não é muito fácil falar das coisas boas. É maravilhoso viver pérolas. Viver algo que dá certo; começar a ver concretizado algo que demos duro pra dar certo. Aquela sensação deliciosa de colher os louros da própria vitória. E nem estou falando de uma vitória minha. Estou falando de nós.

Nós que nos encontramos no momento certo, pra viver uma coisa que já nos estava reservada há anos. Isso porque, já disse: A vida é a arte da sintonia. E quando ela acontece assim, tão magicamente sintonizada, brilha inteira em tons de pérola, e as coisas simplesmente acontecem.

Desde que eu entrei na escola de teatro, o semestre que eu menos queria fazer era o contemporâneo. Adoro quando a vida nos surpreende. Depois de viver uma improvisação deliciosa, uma leitura dramática avassaladoramente apaixonante e transformadora, um infantil alucinado e um época meia boca, o contemporâneo nos trouxe mais uma chance de brindar. Até agora, portanto, foram 3 brindes e meio em 5 semestres. Acho que dá pra comemorar. Mas agora não é hora de falar do todo.

É hora de falar “do um”. Porque é o momento dele. É o momento dele porque o semestre foi incrível. Turma, Diretor e Processo se encontraram completamente. Era destino, virou sintonia, resultou em paixão. E tudo isso com muito trabalho no meio. Aquele trabalho que cansava fisicamente, mas que nos alimentava psicologicamente a cada segundo. Aquele trabalho que nos fez ouvir de um diretor emocionado, ao microfone: “Estrearemos com a consciência limpa de termos nos dedicado, de sabermos o que estamos fazendo”.

E assim estreamos. Com imperfeições, mas com garra, com orgulho e com paixão. Com vontade de fazer melhor, mas com uma sensação deliciosa de estar mostrando ao mundo um trabalho tão cuidadosamente pensado, estudado, amado, VIVIDO. E é aí que a gente lembra que a batalha sempre vale a pena.

Porque naquele momento onde estávamos de mãos dadas cumprindo nossos rituais de boas energias antes de entrar em cena, nós realmente unimos os corações para juntos podermos fazer o que sozinhos não conseguiríamos. Realmente nos empenhamos em fazermos como a águia, o beija-flor e a coruja, para sermos rápidos, belos, sábios, e voarmos por todo o universo com asas de luz. E depois daquele momento, quando a luz se afinou, mesmo que errada, e começamos a dar o texto, eu juro: Eu me senti infinita.

zzz

“Aqui,
onde o entardecer nunca acaba,
e o amanhecer jamais acontece,
vivemos nós.
Quem somos nós?
Esquecidos?
E vocês?
Quem são?”

Varanda do Esquecimento – Humberto Gomes

sábado, 1 de dezembro de 2012

Que de doce baste a vida.

1º de dezembro. Dezembro já é um mês meio limbo, né. É a cara do fim. É onde a gente vai terminando de cumprir as funções no purgatório do ano, e esperando pelo paraíso do descanso.

Curitiba brindou a chegada de dezembro com uma manhã inusitadamente ensolarada e um dia bem quente, contrariando completamente a sexta-feira cinza e fria. Eu, como ainda não cheguei nas minhas férias, acordei às 9h30 para curtir meu delicioso purgatório e ir ensaiar. O ensaio anterior tinha terminado às 23h20, o que nos deu menos de 12 horas de alforria da Varanda do Esquecimento onde estamos andando presos e esquecidos. Referências desconhecidas à parte, estreamos dia 5 e até lá é no sufoco. Mas também de sufoco se alimenta a paixão, então lá vamos nós.

Depois do ensaio deu pra almoçar com a amiga-mãe e ter aqueles papos necessários de toda vez, passando pelas coisas sérias, pelas confidências, pelas adolescentices e pelas risadas, com direito a compras no shopping depois e tudo o mais. E no meio disso, meu suco de maracujá veio quente e sem açúcar nenhum. De gelada e doce tá bastando a vida, é isso, garçom?

De tarde eu só variei entre estar em cima do palco ou estar sentada na plateia assistindo apresentações de amigos. Ainda deu tempo de pintar um pouquinho de cenário e de ficar de pernas pro ar batendo papo com outra das grandes amigas. Foi um dia bom.

Mas confesso que mesmo sem ter estragado nem que minimamente o meu 1º de dezembro, aquele suco não me saiu da cabeça. Porque eu brinquei reclamando da falta de açúcar, dizendo que de azeda andava bastando a vida, e deixei metade do suco largado no copo. Heresia, eu diria, porque não se desperdiça suco de maracujá nessa vida.

Eu terminei 2011 pedindo doçura, e esse, já tinha eu confabulado, terminaria pedindo leveza. E então já vou começar a pedir desde já. Porque não há forma de aproveitar a doçura se a falta da leveza não nos permitir percebê-la. 2012 me aparenta ter sido um ano pesado. O fluxo de pensamentos andou histriônico na minha cabeça, fazendo com que lá passasse eu, horas a fio (quando não, dias) me remoendo, rebatendo e roendo unhas por coisas desnecessárias. Não que não me fossem importantes, mas que não deveriam mesmo me ter causando a falta do sono e a inquietação exagerada. Coisas que se tornam pequenas frente a grandeza do universo, sabe assim? É isso.

Pra 2013 e tudo o que se seguir, pedirei leveza porque só uma alma leve consegue descansar direito quando põe a cabeça no travesseiro. Só uma alma leve consegue aproveitar serenamente as batidas do próprio coração. E só uma alma leve pode fazer jus a todos os outros pedidos possíveis. Porque a gente só consegue aproveitar todo o resto se houver leveza. É aquela questão de apontar para a serenidade, e remar. Se eu puder escolher quatro coisas para 2013, escolho a leveza, a serenidade, a fé, e mantenho a doçura. Porque quero terminar o ano tomando feliz um copão de suco de maracujá azedo, olhar na cara do garçom e dizer: É isso aí, meu chapa! De doce tá me bastando a vida.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Qué te importa que te ame?

E daí que de uns tempos pra cá eu invoquei que eu não poderia morrer sem aprender a dançar tango. Porque tango é lindo. Porque no meu casamento eu vou emendar a valsa em um tango. E porque eu acho completamente chique e elegante. Eu decidi que eu precisava dançar tango na minha vida, e que deveria ser logo. Já andou dizendo Anna Vitória em seu último (e ótimo) texto: “Cuidado com o que você deseja. Pode se tornar realidade”.

Sem tempo nenhum para me matricular seriamente em uma aula de dança de salão, eu ficava suspirando por aí com vídeos e pensando no dia em que eu conseguiria milagrosamente fazer igual. Convenhamos que esse dia precisará de muito suor para se tornar realidade, visto que essa que vos fala, enquanto dançarina, é uma excelente blogueira.

100% dos genes de dança da minha família foram cuidadosamente depositados em cima da cabeça da minha irmã, que samba feito um neguinho do morro. Pra mim não sobrou nada. Até pra fazer a dança do Siri eu me perco, e precisei de muita atenção e análise de movimento alheio no meio de festas para finalmente aprender as coreografias de YMCA e Macarena. Até hoje me perco dançando Ragatanga. Essa sou eu.

Só que eu continuava lá, ignorando esses dados trágicos e sonhando com o dia em que eu dançaria tango. E esse dia “chegou”. Meu professor/diretor desse semestre falou desde o começo que queria um tango no meio da peça. E hoje, a 7 dignos e corridíssimos dias da estreia, a professora de dança apareceu para coreografar. Assim, graças a Deus que foi ela, porque ela nos deu as aulas de dança do semestre e já sabia bem com quem estaria lidando quando chegasse a hora de coreografar os meus passos.

Um adendo para comentar sobre as aulas de dança: Era hilário, gente. Eu ria da minha própria cara. Bruna e Amanda aprendiam os passos da primeira vez que a professora fazia, enquanto eu suava frio e conseguia acertar o primeiro passo ensinado apenas na hora em que ela já tinha marcado o fim da coreografia. Enfim.

Enfim que hoje ela foi marcar o tango. E eu estou inocentemente feliz, porque vou dançar tango! Vou dançar tango com uma moldura de espelho como par, já que interpreto a Vaidade, que se basta e não precisa de ninguém pra nada. Então eu danço com uma moldura vazada de espelho, enfiando e tirando a minha cabeça de dentro dela durante os passos. Eu danço tango abraçada com uma moldura de espelho, com uma saia que passa dos meus pés no cumprimento, e com salto alto. Já mencionei que a peça será montada na plateia, e não no palco? O que significa que dançaremos em desníveis, ou seja, terei o espaço de um degrau (largo, mas ainda assim, um degrau), para fazer meus passos. De saia cumprida, salto, com uma moldura vazada & pesada nos braços. Amanda, Bruna, Elo, Fabi e Murilo fazem passos altamente complexos. E pegaram rapidinho, os danados, enquanto a pobre da professora ria e sofria para me fazer pegar o básico do básico: “Ana, presta atenção, vou te mostrar de novo. Põe o peso na perna esquerda e cruza com a direita em 2 tempos! Respira e vai!”, ela dizia, toda fofa. Enquanto eu respirava confiante, começava, e errava o cruzamento das pernas. Entre trancos e barrancos, decorei a minha participação nesse evento nessa coreografia e não errei nas últimas 5 passagens.

Estou com medo. Mas estou feliz da vida, porque eu não tenho juízo, e só consigo pensar que cara, eu finalmente vou dançar tango! Não é demais? Na próxima encarnação serei argentina, me chamarei Conchita, e darei shows homéricos com direito a rosa no cabelo e cabo de flor na boca. Quem viver verá.

ztango

E tenho dito.

domingo, 25 de novembro de 2012

Minha sensacional

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É que tem gente que nasce pra fazer o nosso mundo brilhar. Assim, inexplicavelmente. Tem gente que te abraça com bracinhos gordinhos e cura qualquer tristeza. Tem gente que pula em cima de você dando milhões de gargalhadas e faz tudo ficar feliz pra sempre. A Anna Beatriz é assim.

Não contente em ser a criança mais deliciosa do mundo e em me deixar apaixonada por ela desde a primeira foto, ela é apaixonada por mim. E tem coisa mais incrível e gostosa que amor recíproco? Não, não tem.

Quando ela tinha 3 meses, ela dormia no meu colo. Quando tinha 7, sorria quando eu chegava. Quando tinha 10 meses começou a me chamar de Lu. Quando tinha 2 aninhos, eu abracei e disse: “Te amo tanto, Anna”, e então  ela me abraçou ainda mais apertado e disse: “Te amo tanto, Lu”. Com quase 3 ela disse: “Lu, eu te amo tanto que eu acho uma pena a gente não morar na mesma casa.” E assim ela consegue me deixar cada dia mais encantada por ela.

Mas eu vivo correndo. Tem a faculdade, o estágio, o teatro, e eu fico dias sem ver a baixinha. Eu morro de saudades, e ela sente falta também. E eu vivo achando que ela vai me esquecer. Hoje eu fui na casa do meu tio, e ela estava lá. Quando eu liguei pra avisar que estava indo, rolou o seguinte diálogo:

Bianca: Anninha, sabe quem tá vindo te ver?
Anninha: O GU! (priminho)
Bianca: Não, outra pessoa!
Anninha: O ÍKE! (outro priminho)
Bianca: Não…
Anninha: Ah, então não sei.
Bianca: Pensa quem de mais sensacional poderia vir te ver!
Anninha: A LU!

Ela não me esquece. Ela acha que eu sou quem de mais sensacional poderia ir vê-la. Ela me dá um abraço apertado, diz que estava com saudades, e que vai brincar SÓ COMIGO a noite toda. Corre toda sorridente pra buscar um desenho e diz que desenhou a PRINCESA LU, e que escreveu meu nome em cima. E aí eu te digo: A vida vale bem a pena.

desenho anninha

Meu raio de sol. Minha sensacional.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Eu espero que o mundo dure mais de 1 mês

Tem uns boatos correndo aí de que o mundo acaba dia 21 de dezembro. Eu acredito em Deus, e na Bíblia diz que só Ele sabe a hora certa. Isso me conforta. O fim do mundo deve ser mesmo algo muito grandioso pra ter data marcada e pras pessoas saberem tanto a respeito a ponto de irem anunciando. Só que não vou negar que esse é um assunto que me dá calafrio na espinha em pensar sobre.

Eu espero que o mundo dure mais de 1 mês porque eu ainda tenho muita coisa pra fazer nessa vida. Eu tenho que passar na prova do Detran, me formar na faculdade e curtir meu baile, me formar no teatro apresentando o musical, tenho mais milhões de livros pra ler, tenho que rever Friends e terminar de assistir Grey’s Anatomy. Eu tenho que pegar meu afilhado novo no colo. Tenho que entrar vestida de branco na igreja pra encontrar o amor da minha vida me esperando no altar, tenho que olhar pra trás e ver a Nina entrando com as alianças. Tenho que passar a mão na barriga, sentir um bebê chutando, e depois aninhar aquela criaturinha no meu colo sem acreditar que saiu de mim. Ah, também tenho que plantar uma árvore!

Eu espero que o mundo dure mais de 1 mês porque eu ainda acredito nele. Eu acredito nas pessoas, eu acredito no amor, e eu acredito no sol ali brilhando todos os dias. Eu acredito na luz das auroras, que aparece em todos os fins de madrugadas, pra mostrar que todo dia é um novo começo de tudo.

E nessa altura do campeonato, depois de um ano cansativo desses, eu realmente espero que o mundo dure mais de 1 mês porque é inconcebível o mundo acabar dia 21 de dezembro sendo que eu só entrarei definitivamente de férias no dia 20, quando eu chegar na casa da minha avó, comer pão com manteiga e deitar no chão embaixo do ventilador pra conversar asneiras com as minhas primas. É muito chato pensar que toda a parte difícil do ano já foi e que ele pode simplesmente explodir antes de eu curtir as minhas férias. Só isso que eu tenho pra declarar, mundo. Se você resolver acabar, que seja em fevereiro. Porque aí eu vou morrer descansada. Mentira, vai. Não acaba não. Eu tenho o musical pra fazer. E tenho a faculdade pra terminar. E ainda não plantei as árvores! Nem li 1984! E nem tirei carteira pra poder dirigir meu carro novo Mr. Darcy, nem casei, nem….

sábado, 17 de novembro de 2012

5 minutos de fama

Tinha um tempinho que a Máfia não inventava moda né. Aí a Rafaela inventou a “Entrevista Mafiosa”, cujas regras eram se cadastrar no site do amigo secreto e esperar para ver quem você tirava no sorteio, e então, entrevistar secretamente a pessoa e postar o resultado disso no blog.

Eu acho que teve muita marmelada nesse sorteio porque eu tinha tanta gente pra tirar e tirei… minha colega de faculdade & amiga que vejo todos os dias!! Precisei me segurar pra não sentar de óculos e lápis na orelha pra entrevistar a menina pessoalmente, com gravador e tudo, e sambar na cara da sociedade respondendo esse meme em podcast. Humpff.

Como eu não fiz isso, vamos lá às respostas da entrevistada Rhaíssa Sizenando da Silva, cujo blog você encontra aqui!

zrhai

- Ei, tira essa câmera daí, esse não é o melhor momento.

1. Qual é seu nome?
Rhaíssa Sizenando da Silva
2. Idade?
20 anos
3. Onde nasceu?
Curitiba/Pr
4. Onde mora?
Curitiba/Pr
5. O que faz da vida?
Faço Jornalismo no período da manhã, na PUCPR e trabalho na Expressa Comunicação - Assessoria de Imprensa - no período da tarde.
6. Se você pudesse realizar só mais um sonho na vida, qual seria?
Realizar só mais um sonho? Virge. Acho que eu pediria mais tempo, só para realizar mais sonhos. Acho muito difícil pensar em apenas um.
7. Qual é seu maior medo?
Meu maior medo é ficar sem as pessoas que eu mais amo nesse mundo. Muito medo mesmo, que chega até me deixar mal quando escrevo sobre isso.
8. Tem vontade de morar em outro país?
Tenho vontade de morar na França ou na Inglaterra.
9. Qual é a sua citação favorita?
”Tudo acontece na hora certa. Tudo acontece, exatamente quando deve acontecer”. Albert Einstein
10. Qual é o seu dom? O que você faz para desenvolvê-lo?
Eu não sei se tenho 'dom'. HAHAHA Bom, minha amiga diz que eu tenho o dom de ajudar as pessoas, tranquilizá-las. Não sei como desenvolvo, acho que, às vezes, tenho meus anjinhos da guarda ao meu lado que me ajudam! :)

Foi com esse sorrisinho que a Rhai terminou de responder a minha micro-entrevista! Espero que ela tenha gostado das perguntas, eu acho ser entrevistada algo super divertido. Aliás, pra quem quiser ver as perguntas que a Gab fez pra mim, é só entrar aqui! Thats all folks!

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Aquele depois do Ross dizer Rachel

Sim. Eu resolvi assistir Friends inteiro de novo, e cá estou eu, sentada na frente da TV, rindo, gritando e sentindo dores no peito como se fosse a primeira vez. E como eu nunca consigo escapar ilesa de assistir sem tocar no assunto, eu vou ser obrigada a filosofar. Até porque, já é madrugada, e eu adoro filosofar nesse horário.

A questão é que mais uma vez eu passei a segunda metade da quarta temporada gastando todo o âmago da minha existência para odiar a Emily. Lógico. Eu sou total Ross & Rachel, odeio facilmente todas as namoradas do Ross. E eu sempre dei pulinhos de contentamento quando ele dizia o nome certo errado no altar. Ok, eu dei pulinhos hoje também, mas agradeci silenciosamente o fato de ser apenas uma ficção.

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Sabe, alguns minutos antes, no meio do mesmo episódio, Emily quis cancelar o casamento porque o local escolhido estava sendo demolido, e que nessas condições ela não conseguiria ter o casamento de seus sonhos. Ross ficou puto da cara e disse que não ia adiar porcaria nenhuma, e assim ele foi, se sentindo o dono da razão, conversar com a Monica. E foi nessa conversa que rolou o seguinte diálogo:
- Ross, há quanto tempo você planeja esse casamento?
- Sei lá, há mais ou menos 1 mês.
- Pois é. A Emily o planeja desde que ela tinha 5 anos
e colocava a fronha na cabeça para brincar. Desde que era pequena
ela sonha com o lugar perfeito e com o bolo de 4 andares com as
pessoinhas em cima. Porque é isso que nós fazemos. Nós sonhamos.

E eu acho que nunca tinha prestado atenção quando ela dizia isso aí. E não deixei de me emocionar, porque é verdade. Eu que o diga. E por isso, mesmo no meio de meus pulinhos de contentamento, meu lado sensato E romântico despejou algumas lagriminhas internas quando ele disse o nome da Rachel no altar.

No alto de minha egoística paixão por esse casal, é óbvio que eu sempre vou torcer para ele dizer Rachel e ficar com ela em todos os finais, começos e meios possíveis. Mas dói, gente. Dói. Porque se fosse vida real, eles se amariam! E eu ainda torceria para que ele ficasse com ela no final, mas não precisava ser nessas circunstâncias. Inventou de casar e descobriu na hora que gosta de outra? Case. Ou desista uns dias antes. Ou Case. Case e, sei lá, se separe 1 mês depois, que seja. Mas no casamento, não.

Ele não deveria dizer o nome de outra no casamento. Por motivos de dói demais. Por motivos de a gente sonha tanto com esse dia que se alguma coisa do tipo acontecesse no dia do meu eu passaria o resto dos meus dias chorando em posição fetal pedindo pra vida esquecer que eu existi. Ok, nem sei se a gente pensa isso,  mas eu penso. Porque eu sempre fui das menininhas que colocava a fronha na cabeça pra fingir que era um véu.

E é pelo mesmo motivo que, por mais que eu ame a música “Speak Now” da Taylor Swift, ela também me dá um pouquinho de nervoso na boca do estômago. Porque eu encafifei de olhar o outro lado. Rachel e Taylor podem ser os verdadeiros amores da vida dos noivos, mas o fato é que eles estavam se casando com outra, que sonhou com aquele momento tanto quanto elas estariam vivendo um pesadelo. Nomes errados no altar, declarações de amor na hora do SIM alheio… Gente, não. Isso pode ser muito romântico, poético e bonito nos filmes, onde o outro lado só sofre de mentirinha. Se fosse vida real, eu acho que não sobraria pra contar história. Se a gente realmente morre várias vezes antes de morrer, o fim trágico pro sonho da menininha de 5 anos seria certamente uma das minhas mortes mais fatais.


I’m not So glad you were arround when they said Speak Now

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Coisas que eu aprendi com você

O povo adora dizer que irmão mais velho é exemplo. É mais uma daquelas balelas que a família inventa pra você não querer arremessar uma escova de cabelo de tanto ciúme na cabeça daquele recém-nascido esquisitinho e vermelho que entrou na sua casa no colo da sua mãe. “Ela é pequenininha, vai adorar você e imitar tudo o que você faz, portanto, seja uma boa menina”. Conforme o recém-nascido cresce, enquanto berra nos seus ouvidos, você vai tendo que escutar muito mais coisas, do tipo: “Vamos ter que dar embora todos os seus bichinhos de pelúcia, porque o bebê tem alergia” ou “Pare de pular no sofá que sua irmã vai querer fazer igual e vai cair”. Lembro do dia que eu ensinei pra uma Helena de 3 anos que, se você colocasse o dedo na garganta, ficaria com ânsia. Acontece que ela vomitou de fato e eu apanhei. Fiquei indignada. Quer dizer que as coisas “divertidas” eu não poderia ensinar. (~Le irmã mais velha toda trabalhada no espírito de porco)

Irmão mais velho aprende tudo antes. Aprende, por sinal, sozinho, porque não tinha com quem aprender. E aí, depois de aprender, somos obrigados a carregar o fardo de ensinar pro mais novo. Eu aprendi sozinha a baixar músicas. E tive que ensinar à Helena. Eu aprendi sozinha a colocar música no IPod. E tive que ensinar pra Helena. Eu aprendi sozinha o quanto eu amava aquela menina desde antes dela nascer. E isso eu não tive que ensinar, porque eu acho que ela já nasceu sabendo.

A Helena me ensinou, entre outras coisas, a ouvir música de gostos duvidosos. Se eu me pego cantando “Humilde Residência” pelos corredores, a culpa certamente é dela. Ela me ensinou a ser sociável, porque eu só queria saber do colo da minha mãe, e quando ela nasceu, aprendi que ia ter que conquistar meus tios à força, ou ela ia tomar todo mundo de mim. Ela me ensinou que não há nada tão fraterno quanto se reunir pra falar mal da mamãe. Ela me ensinou que dói demais ver um irmão mais novo sofrer, porque eu chorei quando ela teve que operar duas vezes, e chorei quando ela foi andar de patins e caiu de cabeça no chão. Ela me ensinou que irmãos mais novos crescem, mas isso eu ainda não consigo assimilar, porque pra mim ela ainda tem 14 anos. Ela me ensinou que um dia os irmãos mais novos não serão mais aquele recém-nascido chorão, e que um dia, de repente, eles nem vão mais precisar que você ensine as coisas pra eles. Um dia eles caminham com as próprias pernas, baixam as próprias músicas, atualizam o próprio IPod e ainda desdenham de você quando baixam um aplicativo legal do qual você nunca tinha ouvido falar.

Um dia eles ensinam, às duras penas, que você não vai ser o ídolo deles pra sempre. Um dia eles tinham 1 ano e você 4, e nesse dia, você sabia ficar de ponta cabeça em cima do sofá e ele não, e por isso eles te idolatravam. Um dia eles tinham 4 anos e você 7, e você sabia ler e podia contar histórias – mas só quando estivesse de bom humor. Um dia eles tem 11 anos e você, 14, e eles te perguntam como que é dar o primeiro beijo. Mas depois eles fazem tudo isso. E aí, você tem 20, eles 17, e esses 3 anos praticamente não diferem suas vidas em nada. Um dia, eles tem permissão pra usar o fogão, e fazem brigadeiro. Coisa que você sempre teve preguiça de aprender. E isso, você aprende com o tempo, que é bom. Porque aí você pode mandar ele fazer brigadeiro pra você.

Irmãos mais novos ensinam que quando eles nascem, você ganha um pequeno escravinho. Mas eles também ensinam o quanto a sua vida vai estar sempre ligada com a deles. E isso, eu garanto, pode trazer dos sorrisos mais sinceros às lágrimas mais doloridas. Porque sempre vai ser alegre a parte onde eles te ligam da Disney pra contar o que andam fazendo por lá. Mas sempre vai dar aquela dor no coração o fato deles estarem vivendo o mundo pelas próprias perninhas, e não se encantando com tudo o que você tem pra contar.

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Feliz aniversário, meu amor. Não me faça repetir que você é o melhor presente que papai e mamãe podiam ter me dado na vida.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

O mel das minhas lembranças

Eu já falei aqui o quanto eu considero as minhas lembranças, né. Sabe que uma vez eu li uma reportagem na Super Interessante falando sobre memória. E ela falava, basicamente, que o ser humano vive de passado. Porque o presente dura apenas 3 segundos, e sendo assim, ele nem valeria a pena se nós não conseguíssemos nos lembrar. Nós vivemos de passado. Só tem graça termos viajado se pudermos lembrar da viagem e de como nos sentimos quando estávamos lá. Eu sei que é lindo pensar em viver o presente, curtir a emoção do momento e pronto. Mas eu não seria nada sem as minhas lembranças e sem resquícios reais de que minhas lembranças existem, tipo fotos ou cacarecos.

Eu amo lembrar. Sou daquelas que mergulha em nostalgia, que chora em cima de foto de momentos bons, simplesmente por eles terem existido, e tenho dor no peito de saudade ao lembrar de momentos que tanto amei viver. Não que momentos que eu amo não continuem acontecendo. Continuam, graças a Deus. Mas tem aqueles que não voltam. E que dá muita vontade de viver de novo. Quando vi esse post da Mel pensei que seria meu prato cheio. E é o que eu vou tentar aqui. Enumerar dez lembranças. Dez lembranças cujas quais eu comecei o post sem tentar elencar. Porque quero que elas venham do nada. Se ficar meloso demais, ponha a culpa na saudade.

1. Almoçar no degrau do quintal, usando as cadeiras como mesas
Quando eu era mais nova, o quintal da minha avó era diferente. Na verdade, aquela área dos fundos + quintal já foi reformada 1028390813 de vezes. Meus tios contam histórias do quintal na época que tinha árvore e chiqueiro. Meus primos mais velhos contam outros detalhes. Minha época de criança conta que o chão era de calçada, pedra mesmo, ralava tudo se a gente caísse. Também tinha plantação de salsinha, cebolinha, e mais uma porção de coisinhas verdes. E entre o quintal e a “área” tinha um degrau bem marcado. Que era onde a gente sentava pra almoçar. Pegávamos as cadeiras da mesa e colocávamos em frente ao degrau, e então, encaixávamos nossas pernas ali em baixo das cadeiras, sentávamos no degrau, e almoçávamos com o prato em cima da cadeira. Era tão fofo, devia ser uma graça de ver um monte de criancinhas almoçando felizes da vida no chão, usando uma cadeira como mesa. Que saudade.

2. Do sentimento de alegria por coisas tão simples
A gente cresce e perde tanto do deslumbramento pelas coisas simples que dá até dó. Quando eu era criança, ir ao cinema era um evento. Achava incrível quando os meus pais chegavam dizendo que nos levariam ao cinema. Eu ficava tão feliz, mas tão feliz, que sorrio sozinha de lembrar. Desde que virei “adolescente” e comecei a ir ao cinema quase todo fim de semana com minhas amigas que eu paro e penso em como aquilo ali era um êxtase pra mim quando eu era criança. Quando a gente é criança a gente sabe tão bem como ser feliz. Que saudade.

3. Comer batata frita de bacia na casa da vovó de Vitória
Minha avó que morreu fazia a melhor batata frita do mundo. Encharcada de óleo. Minha mãe tinha pavor daquilo. Deve ser coisa de nora, que nunca acha que a sogra vai “acertar” na hora de lidar com seus netos. Sei que eu adorava. Ela não me forçava a almoçar, ou comer o arroz primeiro pra depois ganhar a batata. Ela me servia uma bacia de batata frita. Na frente da televisão. E quando a batata acabava, antes de eu precisar pedir, ela vinha recarregar a bacia. Eu não lembro de um dia a batata ter acabado antes do meu limite. Pelo contrário. Eu lembro de devolver a bacia com algumas batatas dentro ainda, uma cara de realizada e uma barriga estufada que queria dizer: “Chega, vó! Não cabe mais”. Que saudade.

4. Do meu afilhado quando era pequenininho e aprendeu a me chamar
Diego falou muito cedo. Com 10 meses o bichinho falava. Quase morri do coração a primeira vez que ele me chamou. Eu sempre morei longe dele, e tinha síndrome de madrinha rejeitada. Mas ele sempre foi apaixonado por mim, tanto quanto eu por ele. E quando, com pouco mais de 1 aninho, ele estendeu os bracinhos pra mim me chamando de Dindinha Ana, mal sabe ele, eu quase morri do coração por amor em excesso. Que saudade.

5. Show das Primigas
Quando eu, minha irmã e minhas primas éramos pequenas, nós apresentávamos shows no final do ano e no meio do ano. Ficávamos dias a fio ensaiando arduamente ao invés de brincar, pensando em decoração de show, em ingressos, em figurinos e coisas do gênero. Era muito bem pensado e organizado! No fim das contas, espalhávamos cartazes e obrigávamos todo mundo a ir assistir ao show. Era ótimo. Pagávamos muito mico. Que saudade.

6. Das brincadeiras com meu pai
Mãe cuida e pai zoa, não é certo isso? Eu sempre adorei a cumplicidade que eu e Helena tínhamos com o papai para “aprontar”. Ele me deixava andar na frente do carro aos 8 anos. E as brincadeiras sempre foram menos ajuizadas. Tipo aviãozinho, ou arremessar a criança para o outro lado da piscina. Até as brincadeiras dele com a Kimmy eram mais arriscadas, tipo, levantar e girar a bichinha com apenas uma mão. Também foi papai que me ensinou a andar de bicicleta, naquela cena clássica de filme, onde eu achava que ele estava segurando na bagageira e de repente percebia que ele não estava. Que saudade.

7. Dos recreios da época de colégio
Quando você cresce você aprende porque o delicioso recreio muda de nome e vira somente intervalo. Eu só aprendi a falar intervalo na faculdade, embora muitas pessoas já falassem intervalo no ensino médio. Gente. Na faculdade aquilo é uma breve pausa de 20 minutos entre uma aula e outra, onde dá pra comer ou dar um cochilinho. Na escola aquilo era o paraíso. Parecia que 20 minutos se transformavam em 1 hora. Eu sentava com meus amigos em roda, sempre no mesmo lugar, e tantas coisas aconteciam. Tinha dia que a gente fofocava, tinha dia que inventava brincadeiras toscas, às vezes rolava uma declaração de amor pra dar aquela agitada, ou algumas DRS. Ainda tinha sempre aquele amigo que comprava balas. Que saudade.

8. Dos lanches comidos nesses recreios
Ah, nessa época era ótima também a parte de comer. Mamãe sempre mandava coisas diferentes. Assava pão de queijo, ou preparava bolachas com queijo e presunto, ou mandava um misto, uma batatinha ruffles… Era incrível. E também era ótimo quando ela me dava dinheiro pra ir na cantina: Com 3 reais dava pra comer uma pizza e tomar uma coca cola. Se bobear, com mais 2 reais dava pra comprar um Kinder Ovo. Que saudade.

9. Da estreia de Vamos Falar de Amor sem dizer Eu Te Amo
Um dos melhores momentos desse meus quase 21 anos de existência. Na verdade me dói o peito lembrar do semestre todo. Cada lembrança durante os meses é tão intensa e tão boa, que juro, dói muito. Eu amo ter vivido tudo isso, e por esses momentos, entre outros, que eu digo que I wouldn’t wanna be anybody else. Mas dói. É uma das minhas lembranças mais doloridas, justamente pela vontade de entrar no túnel do tempo e viver de novo cada segundo daquilo, desde os nervosos até os abraços, desde a prévia até o dia que ganhamos a galharufa, desde o ensaio geral nervoso até a estreia mais deliciosa que eu já vivi na minha vida. Eu nunca me senti tão feliz e tão realizada em um palco, com vontade de chorar de amor. Eu nunca me esqueci das minhas falas. E nem das falas dos outros. E o brilho no meu olho quando eu falo desse assunto é o mesmo desde 2011, quando tudo aconteceu. Essa saudade é tão intensa como no dia que acabou. Nunca diminuiu. Só adormece, e depois, acorda. Que saudade.

10. Dos abraços de chegada
Eu vivo tanto pro passado que eu sofro pelo fim assim que a coisa acaba de começar. Se eu estou morrendo de saudade de uma pessoa e a re-encontro, assim que o abraço apertado termina, eu já começo a sentir saudades e pedir pra voltar ao momento da chegada. Os abraços de chegada são tão maravilhosos, acho que poucas coisas na vida superam esses primeiros momentos de re-encontros com as pessoas que a gente ama. Mesmo esses re-encontros acontecendo todos os dias. Os abraços de chegada são sempre a melhor parte. E eu sempre vou lembrar deles com carinho e aperto no peito, pela vontade de mais muitos. Que saudade.

sábado, 3 de novembro de 2012

A vida é a arte da sintonia

Já comecei parafraseando Vinícius desde o título, porque o Humberto sempre reconhece meus textos pelas citações. E isso combina. Porque eu acho que encontro, sintonia e reconhecimento andam sempre juntos.

Se a vida é a arte do encontro, todo mundo que está predestinado a se encontrar, um dia se abraça. Nós passamos pela arte de cair numa mesma sala de aula de teatro, com um professor incrível que conhece nossa outra professora incrível desde os 15 anos. Sabe o que isso é? É família.

É família porque família se estranha, se desentende, mas lava a roupa suja, chora e se abraça. É família, bem, quando passa mais de 12h respirando arte juntos e mesmo exauridos, se transbordam de criação. É família porque reclama das aranhas junto, porque filosofa junto sobre a falta de água, porque se aprende a dançar funk, porque se dança like a virgin em cima de cadeira.

Sintonia não se procura. Se encontra. E quando se está numa casa de chácara, entre o nada e o lugar nenhum e sem nenhuma chance de sinal de celular, a única coisa que resta somos nós. Somos nós, nossos corações e nossa sintonia. Somos nós e nossas vivências, nossas escolhas e nossos sonhos. Somos nós e nós. E isso, só nós entendemos.

Você chega em casa sonhando com o chuveiro e com as almofadas, e quando abre a porta de casa, vê que tudo continua exatamente do mesmo jeito que você deixou. Você é que chegou diferente e em outro contexto, depois de pouco mais de 24h que foram infinitas para cada um ali presente.

A gente chega em casa e as pessoas perguntam: “Como foi?”, e tudo o que você pode falar, com os olhos brilhando, é que foi incrível fora as aranhas. E eu vou ter que parafrasear também a minha brilhante amiga que sabe que às vezes simplesmente não dá pra falar sobre o resto.  Porque o resto, ninguém entenderia.

Porque o resto foram os abraços. O resto foi uma dupla de pais incríveis dançando lady gaga e tropeçando. O resto foi mãe que odeia aranha matar aranha a vassouradas, tentando não fazer barulho, e sem soltar a mão da filha morrendo de medo. O resto foi pai ensinando filha tonta a abrir a geladeira.  O resto é o fato de não existir vida além do amor. Simplesmente porque o amor está em tudo.

anigif

O resto é nosso. E de mais ninguém.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

PartyHard Literária, parte final

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Vamos lá então à última rodada de perguntas valendo 1 milhão de reais.

22 – Cite 3 escritores que você gosta. Fale sobre eles

J. K. Rowlling. – Nem preciso explicar, né. Foi com ela que eu consolidei minha paixão pelos livros, e acredito sim que é graças à ela que li tudo o que já li nessa vida! Não canso de agradecer mentalmente e de coração pela infância/adolescência maravilhosa que eu pude viver ao lado de Harry Potter e todos os outros personagens. Não podia existir um mundo para mim onde Hogwarts não existisse. Eu certamente sentiria saudade de algo que eu nem conheceria. Mais uma vez, obrigada, J. K. Rowlling. Você é a minha favorita.

Meg Cabot – Logo na entrada da adolescência, apareceu a Meg na minha vida! Tirando a coleção inteira do Diário da Princesa, houveram muitos outros, que além de deliciosos, românticos e engraçados, enfeitam minha estante com capas lindas e coloridas! E permearam muitas conversas pelos recreios do colegial com as amigas!

Florbela Espanca – Como não citar Florbela. Florbela que me mostrou a maravilha que podem ser as poesias. Florbela que me apaixona e me tira suspiros a cada re-leitura. Florbela que traz um buraco enorme pro meu peito, que me faz desenhar corações pelo livro, que me traz um encantamento desmedido a cada momento. Florbela, que se posicionou na cabeceira da minha cama para nunca mais sair.

23 - Com que frequência você lê fora de sua zona de conforto? Você costuma abrir os horizontes para novos escritores, gêneros, países quando o assunto é leitura ou você lê sempre o mesmo dos mesmos?

Zona de conforto? Olha, tem tem tempo que eu não sigo uma zona de conforto! Acho que foi desde quando eu resolvi ler Dostoiévski por minha conta em risco. Desde então eu leio o que eu tenho vontade, e sempre proclamo um viva à diversidade! Desde romances adolescentes-água-com-açúcar a Bukowski! Mas nem tenho uma preocupação e sair da zona de conforto. Eu leio o que tenho vontade.

24 - Cite um livro que você achou que não iria gostar e acabou adorando

Precisamos falar sobre o Kevin! Calma, não é nem que eu pensei que não fosse gostar! Eu quero ler esse livro desde que ele lançou, mas sempre fui enrolando, porque achei que não ia gostar da narrativa! Preferia, então, ficar vivendo aquele amor platônico pelo livro, com medo de pegar realmente nele e não gostar. Aí eu finalmente tomei vergonha na cara e comprei, junto com minhas amoras, na bienal do livro. E simplesmente devorei. Não consegui fechar o livro. A história é incrível e a narrativa é maravilhosa! Não conseguia soltar! Amei, amei, amei.

25 - Cite um livro que você achou que iria gostar e acabou não gostando

Os Homens que não amavam as mulheres, da série Millenium. Gente, ouvi falar tanto da série, mas tanto, que achei que ia amar. Pra ajudar, meu pai comprou o livro e eu nem precisei gastar. THANKS GOD, senão, estaria me odiando! DETESTEI o livro. Demorei uns 2 meses pra ler, achei a narrativa horrível!

26 – Fale de alguns hábitos literários seus

- Dificilmente eu abandono um livro. Mesmo que eu esteja odiando, eu procuro ir até o fim.
- Adoro parar no meio da leitura para cheirar o livro ou fazer carinho na capa
- Sempre leio virando a pontinha das páginas seguintes. Desde os meus 4 anos.
- AMO marca páginas, tenho coleção. E fico possessa com quem pede meus livros emprestados e usa a orelha para marcar. PLMDD, galera.
- Sempre estou com o livro do meu lado, porque acho que tenho direito aos meus read breake times. No meio daquela aula chata, eu abro e leio uma página. No meio do trabalho, entre um release e outro, dá pra dar uma respirada lendo um capítulo…
- Adoro que as pessoas reparem no livro que estou lendo/perguntem qual é. Mas odeio quando perguntam como é a história, porque nunca sei resumir, fico nervosa e acabo desandando a falar!
- Adoro livrarias e sonho em passar uma semana trancada em uma delas com minhas amigas também viciadas em livros!
- Prefiro ler no silêncio,  mas consigo ler ouvindo música em inglês. Em português me embanana a cabeça!

27 – Cite um livro que você gostaria de ler mas que por algum motivo nunca leu

O Primo Basílio! MORRO de vontade ler! Só que vivo com ele o que disse ali em cima que vivi com Kevin. Morro de medo de pegar pra ler essa minha paixão platônica e odiar a narrativa. Nesse caso ainda tem o agravante de eu já ter lido outras 2 obras do Eça de Queirós e não ter gostado… “A Cidade e as Serras” eu odiei completamente, foi um dos piores livros que eu li na vida. “O Crime do Padre Amaro” eu gostei muito da história, mas odiei a forma dele de contar.

28 - 5 livros que estão na tua pilha de “vou ler”

-Persuasão, da Jane Austen
-Aos meus amigos, da Maria Adelaide Amaral
-Fazendo meu filme 2 – Fani na terra da rainha, da Paula Pimenta
-Reparação, do Ian McEwan
-Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, do Marçal Aquino

29 - Qual foi o último livro que você comprou? Fale sobre ele.

Aos meus amigos, da Maria Adelaide Amaral. Comprei no domingo, pelo site das Livrarias Curitiba, ainda não chegou. Comprei no impulso, porque estava com Anna e Tatá no meio de nossos animados papos dominicais, e começamos a falar da minissérie Queridos Amigos. Tatá já tinha lido o livro no qual ela foi baseada. Eu e Anna não, então resolvemos que leremos “ao mesmo tempo”, enquanto a Tatá vai reler. Aí eu comprei, né. Hihihi.

30 - Qual o livro que você leu esse ano que menos gostou? Fale sobre ele.

Diário de uma paixão. Li logo no começo do ano e detestei. É tão ruim, tão ruim, que eu queria atirar o livro pela janela.

31 - Qual o livro que você leu esse ano que mais gostou? Fale sobre ele.

Essa pergunta dói. É a mais capciosa do meme todo! Porque esse está sendo um ano literariamente tão incrível, que fiquei um bom tempo rodeada de pesos na consciência, me perguntando o que eu deveria responder, para não ser injusta.

Eu AMEI Precisamos Falar sobre o Kevin. AMEI mesmo. E certamente fica com a medalha de prata. Mas tenho que admitir que esse ano, no meu coração, não tem como não dar o troféu pra nada que não seja “A Culpa é das Estrelas”. E nem vou me alongar porque não tenho mais o que falar sobre esse livro. Só que ando com ele no meu pescoço todos os dias.

domingo, 28 de outubro de 2012

Para Ricardo

Oi, amorzinho! Eu abri o mês falando de/com você, e agora tá quase no fim do mês e eu tô falando com você de novo. Deu saudade de falar com você por aqui. Passou quase 1 mês já! Você deve ter mudado tanto nesse quase 1 mês! Deve ter crescido alguns centímetros. Sei que a barriga da sua mãe anda ficando cada vez maior, e eu adoro beijar. Agora ela já tá conseguindo sentir você. Tô louca pra chegar a minha vez de levar uns chutes!

Sabe, meu amor, aconteceu uma coisa linda nesse meio tempo entre a primeira carta pra você e essa segunda. Sua mãe e seu pai vieram aqui em casa, no dia das crianças, com uma caixinha de presente. E o meu presente do dia 12 de outubro foi você! Seus pais me chamaram pra ser sua madrinha e eu ganhei o meu ano! Você já é um dos maiores presentes que eu ganhei na vida, com certeza.

Você nem deve saber o que é uma madrinha. É um título bacana, sabia? Não é algo que aumenta o amor. Porque meu amor por você é infinito, e assim o era desde sempre, quando eu era “só a sua prima”. Mas ser sua madrinha é algo incrível. Porque é algo que confirma o amor! Eu sou sua madrinha porque seus pais sabem que eu te amo até a lua de ida e volta. E porque eles devem confiar em mim pra tomar conta de você nos primeiros sábados do mês, nos segundos, e nos 2 últimos domingos! Eu sou sua madrinha porque eles sabem que eu vou cuidar de você com todo o cuidado e carinho do mundo. Porque eu vou beijar suas bochechinhas, porque eu vou tirar um milhão de fotos, porque eu vou fazer cócegas na sua barriguinha e porque eu vou rolar no chão com você. Eu sou sua madrinha porque quando você nascer eu vou te pegar no colo e vou chorar, pensando em como o mundo ficou muito melhor só porque você existe. O mundo já é melhor só porque você existe! E eu sou sua madrinha, meu amor, porque a primeira vez que você me chamar de “dinda” eu vou chorar, te amassar, te encher de beijos, e ter certeza absoluta de que eu sou a pessoa mais feliz do mundo inteiro, só porque eu tenho você!

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Chega logo, março! Vem pro colo da sua madrinha, meu amor!

terça-feira, 23 de outubro de 2012

PartyHard literária, parte III

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15 – Se você pudesse escolher um único livro para ganhar/comprar até o final do ano, qual seria?

Isso é muito difícil. Estamos em outubro ainda, e isso significaria eternos 2 meses sem comprar nem ganhar nenhum outro livro! Desesperador! Mas como eu sou dessas intensas que sente a coisa no momento, agora eu certamente respondo que seria “A Sinfonia da vida”, a antologia poética da Helena Kolody, que já achei na estante virtual e não sei porque ainda não comprei! Não era da turma das poesias, mas depois que me apaixonei pela Florbela Espanca, comecei a dar mais chance a esse estilo. Estou lendo Drummond, e quero Helena! Ninguém nunca vai tomar o lugar da Florbela no meu coração, mas sinto que Helena vai chegar bem perto disso.

16 - O que te faz largar a leitura de um livro no meio do caminho? Que defeitos imperdoáveis um livro tem que ter para você abandoná-lo?

Eu RARAMENTE abandono um livro. Por isso, sei muito bem quais foram os que eu abandonei. Iracema e Policarpo Quaresma por preguiça e por falta de momento. Iracema eu acredito que não deva ser tão ruim, e um dia pretendo dar uma chance. Agora, Policarpo é uma das coisas mais chatas que eu comecei a fazer na vida. Obviamente os dois eram leitura para a escola, e eu sobrevivi e passei no vestibular sem ter lido nenhum dos dois. Outro livro que eu larguei, mas nem considero um verdadeiro abandono, foi “O diário de Zlata”, porque catei na estante da minha irmã e só comecei a ler porque devia estar esperando algum livro novo meu chegar pela internet. Li umas 30 páginas, acho eu, e nunca mais peguei! Nem era ruim, não lembro quase nada dele, só lembro que um dia comecei e parei! Eu percebi que ainda não respondi a pergunta, mas a verdade é que eu não gosto de abandonar livros, então não sei exatamente o que me faria abandonar um. Acho que é coisa de momento mesmo. Se eu pegar um livro chato e estiver em um momento totalmente sem paciência, pode culminar em um abandono! Mas o que é mais comum de acontecer sou eu continuar lendo, mesmo odiando, que foi o que acontece em “Os Homens que não amavam as mulheres” e “O guia do mochileiro das galáxias”.

17 - Na sua opinião, qual é o propósito da literatura? Entreter? Educar? Ampliar horizontes? Fale um pouco sobre isso.

Pra mim a função da literatura é encantar. Mas isso é porque eu sou viciada e me encanto, ué. Assim, seriamente, não sei! Mas acho que ela pode tudo isso: entreter, educar, e ampliar os horizontes! Pra mim a função da literatura é completar uma lacuna! Minha vida seria muito vazia sem os mundos que descubro nas páginas dos livros…

18 – Você costumar ler e-books? Ou prefere o bom e velho livro em papel? Por que?

Não costumo não! Não gosto e tenho pavor de pensar naquela teoria de que os livros de papel podem sumir por causa dos e-books, apesar de não acreditar de forma nenhuma nisso. Acho que existe um tipo de leitura pra tudo, por exemplo, adoro ler na internet: Blog e sites. Livro foi feito pra ser impresso em páginas cheirosas, com capas lindas e orelhas com sinopses bem escritas. Na frente do computador me distraio, fico irritada e com dor de cabeça. A única coisa que eu li no computador foi a série "A mediadora”, da Meg Cabot, porque minha amiga tinha baixado, viciou e mandou pra mim, eu comecei a ler falando que se gostasse compraria os livros, mas viciei completamente e não estava com paciência e vontade de gastar dinheiro comprando todos os livros, então li tudo pelo computador.

19 – O que você acha da elitização da literatura? Você acha que realmente só é intelectualizado aquele que lê os clássicos da literatura? Que ler 1000 livros “de banca” não equivalem a 10 clássicos? O que você acha das pessoas que criticam a literatura “para a massa”, os blockbusters literários? É mesmo possível julgar o nível de intelecto de uma pessoa pelo que ela lê? Você tem algum preconceito literário?

Polêmica essa, né? Eu acho que todo mundo tem que ler! E que ler é sempre uma boa ideia, seja lá o que for que você estiver lendo. Eu, por exemplo, morro de preconceito de 50 tons de cinza, mas fico feliz de reparar que, lendo isso ou não, de repente pessoas que eu nunca tinha visto lendo estão andando por aí com os livros e lendo em todas as oportunidades. Eu acho que as pessoas tem que ler, seja o que for que elas escolherem. Bem diz a frase que todo mundo gosta de ler, alguns apenas não acharam ainda o tipo de livro que agrade. E outra, é lendo que se acostuma a ler, que se cria os hábitos e expande o horizonte. Quem está “começando” nessa brincadeira de curtir literatura, não vai pegar um Nabokov logo de cara, porque vai odiar. Há de se adquirir maturidade literária. E isso só acontece lendo, e começando com coisas bem despretensiosas! E nem digo apenas começar por isso. Eu adoro inserir altas despretensiosidades no meio dos meus livros. Quero sim ir aos poucos incluindo clássicos na minha estante, mas não vou viver de Kafka e Dostoiévski, porque seria enfadonho! Adoro a vida literária eclética, daquela que transita, sem medo, de Paula Pimenta a Sartre.

20 – Cite 3 livros especiais na sua vida. Fale sobre eles.

Harry Potter e a Pedra Filosofal: Foi meu primeiro livro grande e sem figuras, aos 9 anos. E foi o maravilhoso início de uma paixão irremediável! Agradeço todos os dias pelo meu pai um dia ter decidido me comprar este livro do nada.

Longe é um lugar que não existe: Ganhei aos 7 anos, da minha tia, bem quando estava me mudando de cidade. O livro é curtinho, com uma estrofe em cada página, e todo ilustrado e colorido. Mas não é infantil, ele é uma metáfora maravilhosa sobre a inexistência da distância. Minha tia me deu dizendo, em uma dedicatória linda, que eu não entenderia naquele momento o significado do livro, mas que um dia eu saberia. Fiz meu pai ler comigo pra eu entender, mas eu não lembro se entendi na época. Sei que, em um belo dia, eu de repente tinha entendido. Para estar junto com alguém, basta querer estar. Sendo assim, a distância jamais existirá.

A Culpa é das Estrelas: Singelo, despretensioso, e absolutamente maravilhoso. O melhor livro do ano, e olha que teve concorrentes pesados, mas que jamais se igualariam à sua doçura. A dor precisa ser sentida, e esse livro precisa ser lido.

21 - Cite 3 personagens literários favoritos. Fale sobre eles.

Eu me apaixono pelos personagens quando eles são bem delineados. Quando são humanos acima de tudo, demonstrando qualidades e defeitos. AMO os personagens de JK Rolwling por serem tão ‘pessoas’, acima de qualquer outra coisa. Por serem covardes às vezes, por chorarem por um coração partido no meio da guerra, por criarem coragem de se declarar, por lembrarem de um feitiço que sempre quiseram usar, mesmo em uma hora fatal. Não consigo responder essa pergunta indicando 3 pessoas, e nem vou me bater por causa disso. Meus personagens incríveis da vida são de J.K.Rowling. Pois mesmo os que eu odeio, são apaixonantes por terem conseguido me causar raiva absoluta.

domingo, 21 de outubro de 2012

Hoje é dia de Marina!

Deu meia noite. Há exatamente um ano, a essa hora, eu estava de papo com as minhas primas, e o foco era todo a barriga da Cinthia. A Marina iria sair dali em mais ou menos 8h. A roupinha já estava escolhida, de oncinha. Claro que ela seria a nenezinha mais diva do berçário.

E então ela chegou! Chegou linda e polaca, com um rostinho redondinho e uma preguiça sem fim de abrir os olhões! Em 1 ano muita coisa aconteceu. Ela abriu os olhos. Os dela, e os nossos, que, acostumados que éramos com uma neném calma que foi Anna Beatriz, fomos aprendendo aos poucos a lidar com uma Marina enérgica! Bichinha braba que só, eu já pego ela no colo à força, fazendo contagem regressiva pra ela berrar. Não tem paciência, ela quer sair correndo para dar conta do mundo rapidinho!

Nina. A nossa polaquinha que na verdade virou ruiva, tem o cabelo vivo de um laranja intenso, e duas bolotas azuis no lugar dos olhinhos que antes nem abriam.

Marina. Que eu chamo de Weasleyzinha, ou de filhote de viking. Marina que eu amo apertar. Marina que eu amo olhar aquela cor de cabelo. Marina que tem um sorriso e uma gargalhada tão deliciosos que fazem o mundo parar pra assistir. Marina menina que hoje faz 1 aninho!

Minha flor de laranjeira, como é bom ter você na minha vida. Como é bom poder te apertar, mesmo você querendo correr dos apertões. Como é bom você existir! Desejo que sua vida seja sempre iluminada! E que seu sorrisão impere em muitos, muitos momentos! Feliz aniversário! Que Deus abençoe sempre o seu caminho! Obrigada por existir!

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- Ah meu Deus, lá vem essa louca me apertar de novo!

domingo, 14 de outubro de 2012

PartyHard literária, parte II

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Continuando o meme literário de um mês, cuja primeira parte está aqui. Sigam-me os bons.

08 – Cite um livro que você nunca gostaria que acabasse. Por que?

A culpa é das estrelas. Porque é um livro tão doce, que eu terminei e fico até hoje olhando pra ele na prateleira com muitas saudades. Enquanto eu lia, eu fechava de repente, só para tentar me controlar e ler mais devagar, para que ele não acabasse… Não funcionou muito, eu acabei em coisa de 2/3 dias, e foi difícil começar outro livro pensando que eu poderia ficar eternamente mergulhada naquelas páginas maravilhosas.

09 – O que você acha dessa moda de livros que acabam virando séries? É a favor, contra, não fede nem cheira? Diga o por quê.

Não sou fã de séries. Amo Friends e fica eternamente por isso mesmo, porque eu tenho sinceras preguiças de começar outras. Então, não penso muito no assunto, mas acho que não deva ser algo ruim, porque sempre reclamamos que cortam as histórias dos livros pra fazer os filmes né.. Com séries, supõe-se que se cortaria menos… Mas não sei. Ainda prefiro um bom filme!

10 – Spoilers te assustam? Fica triste quando lê algum sem aviso prévio ou não faz diferença saber detalhes essenciais da história?

Na verdade é bem melhor sem Spoilers. Adoro quando consigo ler algo inteirinho sem spoilers e me choco com o final. Mas não sou daquelas que se mata se descobrir algo antes, até porque, se eu sei que minhas amigas sabem de alguma informação que eu ainda não sei, eu fico enchendo o saco até elas me contarem. Eu não resisto!

11 - O que faz um grande escritor? O que faz um grande livro? Quais são as qualidades essenciais em ambos, na sua opinião, para que eles estejam entre os melhores?

Nossa, difícil essa. Mas acho que o que faz um bom escritor é saber contar/narrar a história, seja ela qual seja! A força que o escritor tem com as palavras é capaz de prender totalmente o leitor. E eu sinceramente não sei o que faz um grande livro. Pode ser a magia, como em Harry Potter, ou a simplicidade, como em A culpa é das estrelas.

12 - Você prefere livros narrados em primeira ou em terceira pessoa? Na sua opinião, o tipo de narrador pode influenciar a história do livro? Fale sobre o assunto.

Não tenho uma opinião formada sobre o assunto! Acho que em alguns casos a primeira pessoa pode te ajudar a se sentir muito mais próxima da história, como no caso de ACEDE (alguém me obrigue a parar de usar esse livro como exemplo?). Mas em alguns casos, a narração feita em primeira pessoa por um personagem que você não curtiu pode acabar com a história, como disse a Anna sobre a Katniss aqui. Acho, novamente, relativo. Depende da força do escritor e de como ele consegue lidar com o estilo narrativo.

13 – Cite um trecho de um livro que você gosta

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“Não tenha pena dos mortos, Harry. Tenha pena dos vivos. Principalmente daqueles que vivem sem amor”. – Dumbledore

14 – Você costuma frequentar bibliotecas? A biblioteca municipal? A da faculdade? Quantos livros costuma pegar? Fale um pouco sobre o assunto.

Não, e não me orgulho disso. A biblioteca da minha faculdade é enorme, mas fica longe do meu bloco e eu tenho preguiça de ir até lá. Na municipal eu nunca entrei. Mas quando eu era criança eu amava, vivia enfiada na biblioteca da escola, já passei altos ‘recreios’ da minha vida quietinha na biblioteca lendo! Não necessariamente por solidão, mas por vontade de estar acompanhada pelas histórias...

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

There’s no life without a midnight swim

Depois de um dia com prova na faculdade (incluindo pérolas do Gustavo, falando que a URSS ficava na “Rússia” e não na Europa), dois ensaios no mesmo horário, trabalho do estágio sendo feito fora de hora por falta de tempo, e um trabalho gigantesco de teatro sendo feito com as amigas em casa em meio a pratos bem servidos de um macarrão *estiloso* que minhas amigas insistem em chamar de Massa, estava eu no Tumblr.

Sim, porque eu ainda tenho 12938913 trabalhos pra fazer, incluindo repassar texto para as duas estreias dessa semana, dar umas boas lidas nos textos das peças que estreiam no fim do ano, escrever 8 resenhas, procurar inspiração para escrever uma matéria e correr atrás de fontes que  tomam chá de sumiço. Mas eu não tenho vergonha na cara, e, portanto, estava mesmo no Tumblr. Aí achei essa imagem:

E fiquei satisfeita ao descobrir que minha vida é mais completa do que poderia, simplesmente porque já nadei à meia noite. E então acabei lembrando cuidadosamente do curioso acontecimento. Era véspera de Natal.

Véspera de Natal é uma parada tradicional na minha família. Porque vovô faz aniversário brilhantemente no dia 24 de dezembro. E então sempre tem a nossa festa, onde todo mundo se junta depois do ano todo longe. Pra mim, véspera de Natal sempre foi apenas aquilo. Aquilo que sempre foi o meu tudo. Comer salgadinhos, roubar docinhos, trocar presentes, rir no amigo secreto (que no Espírito Santo a gente chama de Amigo X), e depois continuar papeando com os primos mais resistentes, na varanda da vovó, já de pijamas, até então, resolver deitar no chão da sala para dormir, debaixo do ventilador, agradecendo pela noite linda e desejando uma próxima ainda mais especial.

Acontece que adolescente inventa moda. Já havia uns 2 anos em que minha prima saía logo depois do parabéns do vovô para ir à uma tal de To a toa, uma festa “tradicional” da cidade, sempre na madrugada da Véspera de Natal. Ela resolveu me chamar pra ir e chalenge accepted eu resolvi aceitar, porque devia ser extremamente cool sair da casa da vovó para ir a outra festa na véspera do Natal. Ana Luísa, you’re doing it wrong.

Muitos erros porque eu já aceitei o convite com um peso no coração de “saber que eu estava arrumando coisa errada pra fazer”. Muitos erros porque na hora de sair da casa da vovó pra ir na festa deixando meus tios e outros primos fazendo farra no quintal, meu coração apertou em dobro. Muitos erros porque pegamos as amigas da minha prima e ela tinha muitos papos com eles, e embora tentasse exaustivamente me incluir, eu me sentia por fora. E o erro principal, gente, caso vocês ainda não tenham notado: O nome da festa é TO A TOA. E ficar à toa na festa de Natal é tudo o que eu definitivamente não faço, porque se tem uma certeza que eu tenho na vida, essa certeza é a festa de Natal da casa da minha avó. Mas eu fui na festa.

Reclamei de dor no pé o tempo inteiro, enquanto pensava, saudosa, que deveria estar sentada nas cadeiras de plástico do quintal da minha avó, com os pés no colo de algum primo. Comi pequenos saquinhos de pipocas em quando lamentava, esfomeada, que poderia estar comendo quilos de docinhos na casa da vovó. Ouvia o som de um tal de DJ MOISÉS enquanto pensava que o Léo provavelmente estaria tocando violão lá na varanda da vovó. Fiquei perdida nas conversas dos amigos da minha prima enquanto chorava internamente a vontade de estar quieta no meu ninho.

Tesei tanto a paciência da pobre da Rafaela que ela acabou indo embora “cedo” da festa por minha causa, e se tem um peso na consciência que eu guardo até hoje, é esse. Porque eu resolvi fazer a besteira de ir na festa e ainda por cima estraguei a festa dela. Mas tudo bem. Fomos embora por volta das 2h30. Chegamos na casa dela e olhamos de rabo de olho para a piscina.

Só pra constar que entre eu e a Rafaela, eu sempre fui a animada da relação quando, obviamente, não estão incluídas na conversa festas aleatórias na minha noite de Natal. Eu passei a minha vida inteira sugerindo um milhão de atividades aleatórias, tipo apresentações de danças para os nossos tios, gincanas em volta da casa, ou mesmo brincar de casinha, e a Rafaela fazia muito doce para aceitar minhas propostas. Gato escaldado tem medo de água fria, e pelo que eu me lembro, não fui eu que ousei propor um mergulho àquela hora. Acho que simplesmente nos olhamos e decidimos. Portanto, tiramos os vestidos e saltos e ao invés de colocar pijamas, colocamos biquínis e fomos pra piscina.

Se eu já tinha achado a festa o maior programa de índio da história dos meus Natais, tentem imaginar o que foi aquele banho de piscina de madrugada. A água estava fria. Eu botava a cabeça pra fora dela e batia o queixo. Rafaela, idem. Para completar o cenário, passavam morcegos voando sobre as nossas cabeças. E eu tremia de medo e frio. Acredito que tenhamos ficado no máximo 10 minutos curtindo essa aventura do mergulho zoombie, para então, subirmos e passarmos muito mais tempo embaixo de chuveiros para tirar o cloro desnecessário no qual tínhamos tido a impulsiva ideia de mergulhar nossos cabelos devidamente escovados e preparados para a festa de Natal. E foi assim. Pelo menos eu sei que minha vida é mais completa depois dessa experiência. E que eu tive alguma história bizarra pra contar.

Claro que no natal seguinte eu tratei de deixar ela ir curtir a festa sozinha e fiquei bem de boa na calçada da minha avó até as 3h da manhã rindo de bobeiras e cantando com meus primos, com as pernas devidamente esticadas e já de havaianas ao invés do salto alto. E meu Deus, como eu estava feliz!

Festa errada no dia de Natal: Peso na consciência + R$30,00 no PapaiCard
Mergulho Zoombie: Medo, frio, e uns R$XX,00 de água e shampoo no PapaiCard
Ter uma vida mais completa e histórias para contar: Não tem preço.