terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Para as viagens seguintes.

Oi, meu nome é Ana Luísa e eu odeio arrumar malas. Ok, muita gente odeia, mas minha irmã ama, arruma a mala tipo 10 dias antes de viajar, e eu sou a ovelha negra da família. Eu odeio arrumar malas.

Eu deixo para arrumar 10 minutos um dia antes de viajar. Minha mãe sempre prega que eu vou esquecer várias coisas importantes, então, para não esquecer, eu coloco TUDO na mala. Tipo. Tudo. Nessa viagem, por exemplo, onde o roteiro era 1 mês no Espírito Santo, entre casa de primas e avós, eu só não coloquei casacos. As blusas e o shorts coloquei todos, e até aí, tudo ok, afinal de contas, usei uns 9/10 disso. Agora. 4 pares de sandálias de salto alto. 3 vestidos de festa. 3 saias de balada. WHY ON EARTH?

Até meu avô saiu dizendo que eu não ia conseguir fechar minha mala nunca nessa vida, e perguntou se eu pretendia ir em algum baile, afinal de contas, pela quantidade de sandálias e vestidos, era bem provável. Não, vô. Eu não pretendia ir em nenhum baile, mas eu achei que.. ah, sei lá, vai que precisava? É. Quando eu arrumo malas eu decido que TUDO o que eu encontro no meu guarda-roupa é um item de última necessidade. Até DUAS SAÍDAS DE BANHO sendo que eu só fui à praia UMA vez.

Além disso, há que se considerar o fato de que eu não ando sozinha. Não senhor. Eu carrego uma BIBLIOTECA comigo, porque não existe a possibilidade de eu ficar sem nada para ler, porque isso seria um bom estopim para a 3ª guerra mundial. Eu posso até passar um dia sem ler, mas o livro tem que estar do meu lado para eu olhar pra ele e saber que caso eu necessite, eu tenho algo para ler. Ah, vai, gente, melhor que ser dependente de álcool. Antes 10 livros debaixo do braço que uma garrafa de vodka.

Junte a isso o seguinte dado: Entrei em livrarias durante as férias. Comprei e ganhei livros. A minha sorte é que minhas tias pediram livros emprestados e eu deixei 5 pra trás, o que fez com que sobrassem 4 dentro da minha mala e 3 na bolsa de mão. A pessoa anda com 7 livros em uma viagem de avião.

Que mais? Ah sim. Minha bolsinha de couro onde ficam guardados meus colares e meus batons. SUMIU misteriosamente, sendo que eu tinha visto na mala no dia anterior. O que eu fiz? Fiquei tonta de nervoso e TIREI TUDO de dentro da mala e espalhei pela sala. Achei a bolsinha depois de prometer 100 pulos a São Longuinho, e depois, arrumei as coisas de volta na mala enquanto pulava pela sala, porque eu jamais prometo a São Longuinho em vão.

Até agora eu fechei a mala e jurei que não abro mais. Consegui enfiar a nécessaire na bolsa de mão, mas ficou um perfume pra fora. Porque com ele dentro da nécessaire, adivinhem, ela não fecha. MAS ELE VEIO LÁ DENTRO, ou seja. DUENDES. Eles fizeram minhas coisas aumentarem magicamente de tamanho. Além disso, sumiram com minha escova de cabelo NO ÚLTIMO dia de viagem. Eu perco uma por verão, e minha mãe me odeia. E dessa vez eu estava supimpa porque estava voltando com a escova pra casa. Mas não. Comemorei cedo demais e ela sumiu. Mas o mais inusitado foi o carregador de celular que sumiu NA MINHA FRENTE. ele estava em cima da mesa. PLUGADO no celular. De repente não estava mais e o celular continuava ali, sorrindo pra mim, sem o carregador enfiado nele. OH GOD, WHY ME?

Agora, depois de já ter ficado tonta, chorado, dado soco em mala, amaldiçoado até minha quinta geração por ter feito uma mala tão grande, desamaldiçoado por ter lembrado que serão meus filhos, netos, bisnetos e coisa e tal, estou sentada no sofá, com ventilador ligado, e suando mesmo assim. Com os braços doendo, um perfume me encarando, um carregador não me encarando, e um celular com pouca bateria.

Com pouca bateria estou eu. Finais de férias já são deprimentes. Finais de férias me dando trabalho são DUPLAMENTE deprimentes. Amanhã vou ter que carregar mala em aeroporto, com bolsas de mão penduradas e tirar a mala da esteira sozinha. Queria piscar e estar lá, abraçando mamãe. Mas aí ela já vai saber que eu perdi a escova de cabelos DE NOVO (porque o carregador eu ainda tenho esperança de achar) e vai fazer DE NOVO o discurso de como-eu-devo-aprender-a-tomar-conta-das-minhas-coisas. E aí eu vou ter que chegar em casa, abrir a mala e DESFAZER. Não sei nem o que pode sair de lá de dentro. Acho que vou passar mais 1 mês aqui. Aí eu aproveito pra comprar uma escova de cabelo nova e achar meu carregador. Se bem que, será que em mais 1 mês as coisas quadruplicam de tamanho e minha mala não fecha nunca mais?

Voltando de viagem:

Expectations

zbo

- Mamãe, cheguei!!!

Reality

zbob

- Mamãe, socorro! (Jajá eu providencio outra escova de cabelos)

sábado, 28 de janeiro de 2012

Bonjour, circus.

(Esse post tem o “oferecimento” da Del Lang.)

Quando eu era criança mal podia ver uma lona que já saia perguntando para os meus pais quando poderíamos ir ao espetáculo. Daquelas que tremia só de ouvir o famoso “Respeitável Público” do início, de tanta alegria. Sabe aquela emoção de criança mesmo, de sorriso que não cabe no rosto, de quicar na cadeira? Era eu no circo.

Acho que a última vez que fui em um circo comum, por assim se dizer, foi quando eu tinha por volta de 11 anos. Acho. E não lembro se gostei. Mas continuei achando que lonas são fantásticas.

Aos 12, entrou na minha sala de aula uma colega circense! Ela era contorcionista, tinha nascido no circo! Era mágico! Um dia fomos fazer trabalho de português na “casa dela”, lê-se: o pavilhão do circo. Falamos por uns 5 minutos sobre o trabalho, é claro, e corremos pro picadeiro. Conversamos deitadas no picadeiro. Pulamos na cama elástica. Demos mortais e pegamos no trapézio. Eu, empolgada do jeito que sou, aposto que saí dali querendo morar no circo.

Aos 15, nos Estados Unidos, resolvi de última hora assistir La Nouba, do Cirque de Solei. Só que eu sentei sozinha, num canto péssimo do TEATRO onde ocorria a apresentação. Era uma pilastra, eu, e um casal de adolescentes americanos que se pegou a apresentação inteira. Eu estava sem pipoca, sem refrigerante, e sem pessoas conhecidas, olhando para seres minúsculos em um palco. Me arrependi em 5 minutos, não achei aquilo nada mágico, e passei o tempo todo pensando que deveria ter ficado fazendo compras na maior loja da Disney de todas, que era onde minhas amigas tinham preferido ficar. Quando terminou eu saí tão irritada, que gostaria de esquecer.

Aos 18, já morando em Curitiba, fui pra São Paulo passar uns dias e minhas amigas me esperavam com um ingresso surpresa do “Quidam”, se não me engano. Nos atrasamos horrores e chegamos 10 minutos antes do intervalo. Eu passei o caminho inteiro tentando ficar animada, e achando que não deixariam a gente entrar. Já me emocionei quando cheguei lá e vi uma lona, e não um teatro. Todos aqui sabem do meu amor eterno pelo teatro. Mas teatro é teatro, circo é circo, e eu não sei pra vocês, mas só o fato de existir uma lona já faz uns bons 50% da minha alegria. Eu amo olhar a lona colorida e entrar embaixo dela, já mencionei esse dado?

Então. Era uma lona. E tinha pipoca. E eu tinha minhas amigas. E aquilo tinha cheiro de perfume misturado com circo. Era cheiro de glamour. Cor de glamour. E eu assisti aquilo como se eu fosse a mesma menina de 5 anos: embasbacada. Com os cotovelos apoiados nas coxas e o rosto apoiado nas mãos. Boca aberta, claro, e princípio de torcicolo.

Desde então eu não fui ao circo de novo, mas já ouvi de más línguas que o “Varekai” vai chegar em Curitiba um dia. E já vou avisando que se quiser saber pra onde eu vou, aonde tenha lona, é pra lá que eu vou. Se for em teatro eu nem me arrisco.

circo

P.S.: E não, esse post não é assim completamente aleatório. É que eu estou lendo Água para elefantes. É legalzinho. Tô quase terminando. Ele é sobre circo, apesar de mostrar um lado que eu não esperava encontrar dentro de um. Os típicos mal-tratos com animais, que me deixam doente, e além disso, pessoas sendo jogadas de trem, e coisas do tipo. Acho que faltou uma narração perfeita de um espetáculo que fosse. Queria sentir o cheiro de pipoca. Ouvir o “Respeitável público”. Me sentir acolhida pela lona. Isso não rolou, mas é um livro bonito, que eu indico, apesar de ainda não ter terminado e não ter certeza de ter descoberto o porquê do título, hahaha.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Nem foi tempo perdido!

Estamos cada vez mais escravos do tempo. Isso é fato. Eu mesma sou um exemplar perfeito dessa turma, vivo reclamando que meu dia deveria ter 48H, mas quando estou fazendo alguma coisa extremamente entediante fico desejando que o tempo passe mais rápido. Sou daquelas que repara demais em horários e calendários, que em fevereiro já está pensando que o ano passa rápido demais, e que em outubro, quando começa a ver o pessoal pendurando luzes de natal já surta com a visão do fim do ano: Fim do ano de novo? É, essa sou eu.

Quando eu tinha 12 anos eu tinha ataques absurdos de “o tempo precisa passar rápido”. Era tão absurdo que eu e minhas amigas passávamos o intervalo todinho falando sobre o futuro: Nossa profissão, nossos maridos, nossos filhos e coisas do gênero. Eu olhava para as crianças das turmas menores, tipo, de 7 anos, e pensava: “Ai que coitadinhos, ainda falta muito pra eles serem adultos, eu estaria maluca se ainda tivesse 7 anos”. Eu lembro claramente disso, porque eu pensava desesperadamente nisso. Eu queria que o tempo voasse e eu acordasse adulta. Minha primeira ficha caiu quando eu terminei o colegial. Por quê? Porque na primeira semana de provas da 5ª série eu estava com dor de barriga de nervoso (eu ainda era CDF), olhei para os alunos do 3º colegial e morri de inveja. Falei na hora: “Meu sonho era estar no último dia de aula do 3º colegial”. E de repente eu estava lá. Meu sonho era que o tempo passasse. E passou.

E agora? E agora eu me pego pensando, muitas vezes, que gostaria que ele voltasse. Eu, que sempre fui louca para ter 25 anos (sempre, nunca sonhei com os 18), estou morrendo de medo de completar os 20 em abril. Às vezes olho para as crianças e me sinto uma velha. E olho para meus avós e imagino o quanto eles não devem ficar assustados por serem velhos. E quando me pego pensando nisso, tenho vontade de me dar um soco. A conclusão que eu cheguei? O tempo passa. Sempre mais rápido ou mais devagar do que desejamos, mas nunca como desejamos. E eu já devia ter aprendido a lidar com isso.

Tenho 19 anos. 19. Pra que diabos preciso querer ter 7 ou 25? E porque tanto medo dos 20? Por que eu perdia tempo pensando que deveria ser mais velha, e agora perco o mesmo tempo pensando que deveria ser mais nova? Why on earth eu me preocupo tanto assim com tempo?

Já percebi, esse texto está completamente bizarro e sem nexo, mas é só mais uma daquelas minhas filosofias de botequim, dessa vez, muito mais ao meu respeito do que ao interesse de vocês, singelos leitores, e doces mafiosas (que me mimarão mesmo assim).

Eu só queria ver se escrevendo eu entenderia o porquê de eu ouvir Oração ao Tempo e sentir uma invasão de paz na parte do: “Tempo, tempo, tempo, és um dos deuses mais lindos”.

Eu só queria ver se escrevendo eu perceberia o porquê de eu ouvir Tempo Perdido, me apaixonar por cada milímetro de sua letra, mas sentir uma ânsia desesperada de gritar com lágrimas aos olhos quando chega na parte que diz que “nem foi tempo perdido, somos tão jovens”.

É uma emoção libertadora gritar isso. Assumir pro mundo que nada é tempo perdido, e que sempre, sempre seremos jovens. Assumir pro mundo que o tempo é  lindo. E que ao invés de me preocupar se ele passa rápido ou devagar demais, eu devia me preocupar em vivê-lo direito. Aliás. Me preocupar, não. Viver. E só.

somos

“Tempo, tempo, tempo, tempo. Entro num acordo contigo.”

sábado, 21 de janeiro de 2012

E se foram mais dez.

A segunda dezena de 2012 foi melhor, acho. Pelo menos na questão climática. Fez sol. Bastante sol. Lagarteei muito, em pensamento, pelo menos, porque não quero ficar ardendo. Descobri que TPM e férias não combinam. Na “vida real” eu tenho muita coisa pra fazer, e nem presto atenção nelas, mas nas férias, principalmente nos momentos de tédio profundo, ela não fala não, grita. Grita. E nem dois potes de leite condensado resolvem a questão. Pior: Depois deles você continua irritada, e ainda por cima, achando que não devia ter cometido essa loucura porque isso com certeza lhe rendeu 200 quilos a mais.

Nesses 10 dias teve “bater papo no chão da varanda” até dizer chega, de preferência, com inúmeros picolés pra acompanhar. Mas teve uma dor de cabeça enjoada, que não chega a doer pedindo remédio, mas que incomoda muita gente. Enfim. Mais 10 dias se passaram, e como eu tinha feito o post para juntar as primeiras 10 fotos do #366 Project, resolvi fazer de novo, mas dificilmente será pra sempre. Os posts a cada dez dias, digo, porque do projeto eu não penso em desistir tão logo. Mas ainda não sei o que eu acho sobre os posts não, essa história de contar “mais 10 dias se foram” não está me parecendo auspiciosa. Parece uma contação desenfreada de dias, torcendo para que o ano passe rápido, ou mesmo, “botando muito reparo” no fato dele passar, supostamente, rápido demais. E como eu não estou, pelo menos por enquanto, nem em uma vibe e nem na outra, não sei se vou curtir essa brincadeira. Ou essa chateação com coisas pequenas deve ser só resquício da TPM, hahaha.

Mas por hora, como eu já estou aqui mesmo, vamos às dez fotos desses últimos dez dias.

anigif2

  1. Foto do meu espírito do dia. Acho que foi o começo do clima ruim interior. Não queria fazer nada, e não queria ficar sem fazer nada. Resultado? Bleh.
  2. Foto do relógio CUCO da sala da minha madrinha. Confesso que ele me irrita, fazendo tictac o tempo todo, e berrando CUCO quando eu quero ouvir a televisão, mas não resisti à fofura desse passarinho, que mais parece um pinguim, e que pra sempre vai me lembrar uma das minhas cenas preferidas da vida de Noviça Rebelde. E não achei a dita cuja no youtube para colocar aqui. So sad.
  3. Foto da Elizabeth (a câmera, claro) enrolada no cordão que eu uso no pescoço. Queria que aparecessem essas duas coisas na foto, mas não tinha um espelho decente. Acabei me virando com o vidro escuro da janela da varanda. Esses pontinhos não são efeitos, são sujeira do vidro mesmo! Acho que essa foto foi o típico “errado que dá certo”, porque não gosto de fotos em espelho, e como essa foi no vidro, ficou sujinha, e refletida de forma mais suave. Fui convencida a gostar do resultado!
  4. Foto das grades da janela da vovó, porque sempre que eu deito no sofá eu acabo caindo no clichê de reparar nelas o tempo todo.
  5. Foto da forma com que meu suco de maracujá foi entregue quando pedi lanche, já contei esse caso aqui. Fui forçada pelas circunstâncias a abandonar, nesse dia, as minhas tentativas de colocar um certo requinte nas fotos do projeto. Essa aí foi de celular mesmo, mas me convenci ao lembrar que o objetivo é registrar detalhes dos nossos dias, e isso aí foi um “detalhe” que me rendeu dor de barriga de tanto rir. Tem coisa melhor?
  6. Foto do bolo de chocolate da tia Lu! É o melhor do mundo, só que segundo ela, esse exemplar não deu certo, porque ela esqueceu uma série de detalhes, como por exemplo, uma lata de creme de leite… Tudo bem, comi uns 4 pedaços desse, ela vai fazer de novo, e eu comerei uns 8.
  7. Foto do jogo de WAR, que também já apareceu aqui, mas que eu adoro. Adoro o jogo, e adoro o colorido que fica no tabuleiro!
  8. Foto da maratona de Harry Potter que estamos fazendo. A cena da câmara secreta sendo aberta é uma das minhas favoritas dos 8 filmes. Sempre me arrepio.
  9. Foto da frase linda que inicia o prólogo do livro que estou lendo, Água para elefantes. ADORO prólogos de livros com frases/estrofes simples e marcantes. “Um Dia” também é cheio disso, tanto que tirei várias fotos das primeiras páginas dele também.
  10. Foto do Pedro Henrique escalando o cano da varanda da vovó, que eu já escalei muito quando era pequena e magrela feito ele. Só que eu era branquela, e descia esfregando as pernas, na maior velocidade, e por isso, vivia ralada e roxa. Ele é mais esperto. Ah, e não se iludam com o sorrisão: O bichinho é marrento e odeia sair sorrindo em foto, tive que obrigar ele a rir pra mim, e ele saiu reclamando, dizendo que não queria ter sorrido. Vontade de arrancar um pedaço da bochecha desse implicantezinho, que é o caçula dos netos!

Para o projeto, esses dez dias foram tranquilos também, eu continuo morrendo de vontade fotografar, e nunca esqueci. Já acordo pensando na foto. É claro que alguns dias as ideias vem instantâneas, em alguns, eu fico matutando. E é óbvio, em alguns, a gente nem pensa, só fotografa. Algumas saem fácil e são super divertidas, tipo essa última, do Pedro. Dei foi risada fazendo sessão de fotos do garoto e do meu afilhado Diego juntos. Queria uma foto dos 2 para colocar, mas não teve jeito, a minha favorita foi essa do Pedro, maroto, escalando o cano e sendo obrigado a sorrir.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Ensaio sobre a Quadrilha.

Já era o último ano do colegial e ainda não tinham resolvido sua vida. Elisa, desde os seus 12 anos, prometia que no próximo ano se apaixonaria por alguém. E nada. Ela passava o ano livre, leve, solta, e se seus amigos tinham ‘mania’ de sofrer por amor, ela sofria de vontade de amar. Amava sim. A vida. E era feliz.

Mas a paixão estava difícil de acontecer pra ela, fato que Joaquim, pobrezinho, não conseguia decidir se era bom ou ruim: “Me apaixonei por ela aos 10 anos, juro! Dizem que amor de criança é pra sempre. Não sei se devo ter medo desse jeito dela de não se apaixonar por ninguém, ou se devo ficar feliz com isso, afinal, pelo menos ela não esfrega sua paixão por outro na minha cara”. No fim, ele sempre concluía que era melhor assim. Se Lili não o amava, era melhor que não amasse ninguém. E ele continuava lá, também solteiro, à espera de que um dia sua sonhada Elisa olharia para ele com os olhos da paixão.

Enquanto isso, Maria fazia coraçõezinhos em seu caderno, ponderando pela centésima vez se se declarar para Joaquim era uma boa ideia. Nunca tivera coragem, sempre desistia quando começava a tentar falar. Às vezes bem antes. Adorava dizer que não era medo, e sim, orgulho: “Ele gosta mesmo é da Elisa. Não vou me humilhar, portanto”, e assim, decidia por mais uma noite que sentaria na frente da janela, abraçada ao travesseiro, pedindo para a lua lhe trazer Joaquim sem que ela precisasse dizer que o amava. Mas o amava, e como o amava.

Do outro lado da sala, estava Raimundo. O antes tímido, que não era conhecido por ninguém, e agora, famoso. Afinal de contas, que menino de 17 anos tem coragem de comprar um buquê de flores vermelhas e se declarar para a amada no meio do pátio? Foi o que Raimundo vez. Não deu certo, os olhos de Maria só brilhavam para Joaquim, que só olhava para Elisa, que não olhava para ninguém. Raimundo, por sua vez, passou a ser considerado o “último dos românticos” da escola, e todas as meninas passaram a sonhar com ele. Menos Maria, que amava Joaquim. E Lili, claro, que não amava ninguém. Mas como ele queria Maria, ficava quieto, só mandando sorrisinhos de canto, lá, do outro lado da sala. Quem sabe um dia ela desencanava de Joaquim?

Atrás de Raimundo sentava Teresa, uma das mais bonitas da sala. Cabelos pretos longos, com olhos castanhos e pele bem branca, estava sempre de batom vermelho, parecia a Branca de Neve! Metade dos meninos da sala queria ser seu príncipe encantado. Alguns prometeram até cavalo branco. Mas foi por Raimundo que ela se apaixonou, bem naquele dia, quando ele entregou flores para Maria. Passava a aula sussurrando em seu ouvido que o amava. E ele insistia em ignorá-la solenemente, apenas mandando sorrisinhos para Maria, que continuava do outro lado da sala, amando Joaquim, que amava Lili, que não amava ninguém.

No meio da sala ficava João. Praticamente o macho alfa. Bonito, alto, com as melhores notas da sala, e capitão do time de basquete da escola. Tinha uma barriga de tanquinho onde a ala feminina do colegial inteiro (é até algumas da 8ª série) queria lavar suas roupas. Era o maior dos admiradores de Teresa, e já tinha trocado flertes com ela. Mas um beijo, um beijinho só, ele nunca conseguiu. Porque na hora H, ela sempre virava o rosto e dizia que amava Raimundo. Que amava Maria. Que amava Joaquim. Que amava Lili, que não amava ninguém.

O terceiro ano acabou, e cada um foi tomando seu rumo. João acabou conseguindo uma bolsa em uma universidade americana. Foi jogar basquete, estudar engenharia, e fazer sucesso nos Estados Unidos. Dizem que se casou com uma loira magrela chamada Ashley. Típica americana. Mas alguns dizem que isso é lenda, e que ele sonha com Teresa até hoje.

Teresa, esta, que depois de tanto sofrer por Raimundo, desistiu até de fazer faculdade e foi parar num convento. Irmã Teresa, como é conhecida hoje, resolveu ser Missionária e viajar o mundo salvando criancinhas da fome. Dizem que seu preferido é um menininho de 2 anos que conheceu na França, e que por ironia do destino, se chama Raimundo. Mas alguns dizem que isso é só lenda.

Raimundo morreu de desastre. Seu carro bateu em um caminhão e capotou 2 vezes, vindo a cair em um lago de beira de estrada. Há quem diga que ele se distraiu pensando em Maria. Mas alguns dizem que é a mais pura lenda.

Maria? Esta, confesso, ficou tempo demais pensando em Joaquim, e se arrependeu foi quando descobriu que Raimundo tinha morrido. Suas 3 irmãs mais novas já estavam casadas e com filhos. Ela acabou virando a famosa Tia Maria, e dizem que sempre que visita os sobrinhos leva um picolé de uva pra cada um, pois este era o sabor preferido de Joaquim. Mas já conheci gente que falou que isso é lenda.

Joaquim? Este não resistiu ao desespero e suicidou. Foi encontrado no chão de casa, ao lado de um copo de veneno. Me contaram que ao lado do copo estava o convite de casamento de Lili (que finalmente amava alguém!) mas penso que talvez seja lenda.

Elisa Martins Fernandes, agora, ela assinava. Logo na primeira semana de faculdade teve a sorte de esbarrar com seus livros em Jonas Pinto Fernandes, 4º ano de medicina. Moço sério e bonito, moreno de olhos azuis, mal ela levantou a cabeça para encará-lo e descobriu o que era o amor. Ela vive feliz, em uma casa grande, com direito a jardim e piscina, não só com Jonas, mas também com Letícia e Arthur, o casal de gêmeos que nasceu 2 anos depois do casamento. Quando deitava sua cabeça no travesseiro de noite, sempre pensava em como amava! E isso, com certeza, não é lenda! Sorria da ironia do destino ao lembrar do passado, onde todos amavam, e ela era somente Lili, que não amava ninguém.

* Quadrilha, aquele poema de Carlos Drummond de Andrade. Agradecimentos eternos à minha pônei, Anna Vitória, que teve essa ideia antes de mim, e publicou o SEU ensaio sobre a quadrilha há algum tempo. Morri de vontade de fazer um, e ela me apoiou! <3

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

E o Brasil não foi meu.

Entediada que só eu ando, perdida em Baixo Guandu, decidi que faríamos maratona de Harry Potter. Mas me enrolaram o dia todo e ainda não começamos. Acabamos passando um pedaço da tarde comendo picolés, deitados na varanda da casa da Laís. Um pouco mais tarde, Rafael perguntou o que faríamos, e eu sugeri de comermos batatinhas fritas de noite. O João falou que poderíamos jogar war também, e foi o que fizemos. Devoramos batatinhas fritas e fomos jogar War.

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Tenho que começar dizendo que eu sempre quero conquistar o Brasil, independente do meu objetivo. Eu luto mais pela conquista do Brasil do que pelo meu objetivo em si. Então já começo abertamente desafiando quem achou que poderia ficar com as terras tupiniquins. Como meu objetivo era conquistar 18 territórios e colocar 2 exércitos em cada um, estava tranquilo. O Brasil faria parte daquilo e pronto.

Mas eu me lasquei no jogo, e só não foi dizimada antes do fim dele porque o João conquistou seu objetivo bem rápido, e ainda restavam 4 territórios meus na América do Norte. Só porque ninguém tinha interesse lá.

Em minha defesa eu tenho a dizer que eles perderam as regras, e que esse War 1 é muito fraquinho. Deixa eu oferecer a revanche com meu War 2, deixa. Vou enfiar aviões em todos eles, que verão o que é bom pra tosse.

Como tudo acaba virando piada, a gente mais ria durante o jogo que qualquer outra coisa. Até que o João estava concentrado com seus territórios e eu dei um berro, apontando para a parede. Tinha uma barata GIGANTE. G-I-G-A-N-T-E. Tudo bem, que pelo meu grito, o João achou que fosse um morcego, mas era uma barata. Eu saí correndo e me enfiei na área de serviço, enquanto eles foram buscar algum chinelo para arremessar na dita cuja. Então, o Rafael jogou o chinelo e… a barata começou a VOAR pela cozinha. Já tinha ouvido histórias sobre baratas voadoras, mas até então nunca tinha me deparado com uma, muito menos gigante e no meio da cozinha.

Eu entrei em pânico e comecei a gritar na área de serviço, enquanto minha madrinha e Laís davam pulinhos uma pra cada lado. A barata resolveu “estacionar” na parede, João arrastou uma banqueta, subiu, e sapecou o chinelo na barata, que caiu morta na hora, deixando uma mancha horrorosa na parede.

Baratas voando na cozinha à parte, voltei a sentar para jogar como se nada tivesse acontecido, mas já não tinha jeito mesmo. Dessa vez, o Brasil foi do João. Mas vai ter volta.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Aquele em que eles só queriam lanchar.

Porque a saga que enfrentamos para comer lanches seria digna de um episódio de friends. Vamos lá…

Personagens: Ana Luísa (vulgo, essa que vos escreve), Laís, Valquíria, Jéssica, João Gabriel, Moacyr, Filipe e Pedro Henrique (esses 2 últimos são do elenco mirim).

Passamos a tarde decidindo se comeríamos lasanha na casa da vovó ou se sairíamos para lanchar. Decidimos, por fim, congelar a lasanha para o almoço de domingo. Enrolamos mais algum tempo, e finalmente saímos.

Passamos pra buscar o Rafael (namorado da Laís), mas ele tinha desisto de ir. Só que nesse meio tempo, ficamos circulando pelas redondezas da casa dele, supostamente, esperando que ele ficasse pronto. Ok. Com a negativa do moço, seguimos para a cidade vizinha, coisa de 10 minutos, onde os lanches são melhores.

Passamos pra pegar Valquíria, Filipe e Pedro Henrique, e seguimos para nossa primeira parada: O trailer da Beira do Cais. Beira do Cais. Fresquinho, né? Nada melhor para um sábado de noite, tomar um ventinho e lanchar. Todo mundo pensou a mesma coisa e estava lotado. Eu era super parceira de sentar e pedir o lanche, mas João fez questão de ir perguntar quanto tempo demoraria. A moça falou: 1 hora. Isso era por volta de 21h20.

Eu continuei parceira da ideia de sentar, quietar o facho, e comer ali mesmo. Bateríamos papo no ventinho enquanto o lanche não viesse. Bem bucólico. Não. Quiseram levantar acampamento, e entramos todos nos carros de novo para chegar à nossa segunda parada: O Gauchão.

Antes de entrarmos eu já vi que estava lotado, mas insistiram. Chegamos lá e tinham muitas cadeiras sobrando. Mas só uma mesa. Tudo bem, disseram. Até chegarem nossos lanches alguém já liberou mesa. Enquanto isso, ficaremos só com as cadeiras. Só que tínhamos as cadeiras, e nenhuma garçonete. Meu primo chamou várias vezes, até que minha prima ficou brava e foi ela mesma buscar o cardápio. Decidimos. E nada de vir a garçonete. E meu primo chamou mais mil vezes. E ela simplesmente nos ignorava. Ele foi até lá, e falaram que estava demorando 1h30 para sair o lanche. Eu ainda era parceira de ficar.

Decidiram voltar pra Baixo Guandu (a cidade de origem) e lancharmos lá mesmo. Zuzo bem, ué. Tá na chuva. Eu só conseguia pensar em comida. Acordei enjoada e não quis almoçar, então tinha passado o dia com 3 fatias de pão na barriga e mãe, se você vier me dar bronca por isso eu tranco o meu blog. Nisso, João já estava falando que era melhor voltarmos para a casa da vovó e pedir para que ela fritasse uns bifes, e nós não parávamos de rir. Entre as duas cidades passa uma linha de trem. É óbvio que chegamos bem na hora que o trem estava vindo. E ficamos parados para esperar a belezura passar. João resolveu falar para os meninos pequenos: Vou abaixar o vidro pra vocês ouvirem o barulho do trem! Ao que a Laís replicou: “Não é trem não!”. O João, na hora: “Não, crianças. É um navio, afinal, estamos no porto!” A Laís jura que quis dizer que achou que fosse só o carro de manutenção do trilho, mas a piada foi boa para chorarmos de rir enquanto o trem não acabava de passar. Quando acabou, mandei que as crianças apertassem o cinto pois iríamos atravessar o mar, é lógico. Depois de tudo isso, chegamos à nossa terceira parada: O Zoião.

O cara falou que demoraria 40 minutos, e meus primos resolveram pedir então para que ele entregasse em casa, nós ficaríamos lá na varanda da vovó batendo papo e esperando. Eu juro que tive um feeling de: Em casa vai demorar mais. Apesar de que o cara jurou que seriam os mesmos 40 minutos. Tá bom.

Chegamos em batalhão na casa da vovó, e ela não entendeu nada quando falamos que ainda nem tínhamos lanchado. Fomos pra varanda e ficamos lá, conversando mornamente, e morrendo de fome. Deu meia noite e o lanche nada. E o pessoal não queria ter esperado 1 mísera horinha lá na beira do cais..

João e Moa acabaram levando cadeiras para a calçada, cada um montou uma trave e começaram a jogar futebol. Não, eu não errei os nomes. Eles são mesmo os adultos. Mas é claro que Pedro e Lipe levantaram correndo e foram se juntar a eles, enquanto eu, Jéssica, Laís e Valquíria zoávamos do fato de minha irmã estar em um avião para Nova York enquanto nós estávamos na varanda da vovó “passando fome”, e a vovó já tinha falado que se quiséssemos ela ia fazer um mexidão.

Sei que tivemos que ligar 2 vezes pra lanchonete, mas os lanches chegaram. E aí sim começou o pandemônio. Pra começar, abrimos a sacola, e demos de cara com isso:

2012-01-15 00.13.44

Eu não sabia que reação ter frente a isto, mas o Filipe foi mais esperto: “Olha como veio o suco da Ana Luísa”, ele disse, e começou a rir. Depois disso, fomos nós. Nunca na vida alguém viu um suco ser entregue na sacola plástica. A gente se contorcia de rir, e não conseguia nem pegar nos lanches. Quando continuamos a abrir as sacolas, demos de cara com isso:

2012-01-15 00.14.40

E mais uma vez, não conseguíamos encostar no lanche de tanto que ríamos. Tudo bem que o João falou que era pra caprichar na maionese, pois éramos fãs. Agora.. Não éramos nenhum exército né. Tinha ketchup e maionese pra 1 mês, além de um suco de maracujá dentro de um saco plástico.

Enquanto engasgávamos de rir, começamos a abrir os lanches, e é lógico que ia vir mais aprontação pela frente. Meu reles X Burger sem salada veio com BACON, batata e cenoura. O X Tudo do João veio sem frango. O X egg bacon sem “alface e sem to”, que era o que estava escrito na caixinha, veio com o alface e o tomate dentro. E nós íamos fazendo essas descobertas enquanto comíamos, isso depois que eu já tinha derrubado um copo de coca-cola na mesa (porque né, desisti do suco) e a Laís já tinha tentado servir o suco furando a sacola, só que no copo cabia menos, e transbordou tudo, fazendo um rio de maracujá na mesa. Mesa devidamente batizada com maracujá e coca, nós seguíamos comendo, rindo, engasgando, e descobrindo surpresas nos nossos lanches. João continuava indignadíssimo pela falta do frango, até que eu achei o bacon no meu lanche e falei: O QUE É ISSO? Ele deu um pulo na hora e gritou: DEVE SER O MEU FRANGO, ME DÁ SEU LANCHE.

Gente, juro. Estávamos morrendo de fome, mas rimos tanto, tanto, que nos enchemos de ar. A Valquíria não se conformou até agora com o suco na sacola plástica, e ela chorava de rir enquanto comia. A Laís, gripada, não sabia se ria, tossia, ou comia, e acabou conseguindo comer só metade. Eu fiquei incomodadíssima com os bacons e as cenouras do meu lanche, e também não consegui comer nem metade. O Pedro não tocou no misto dele, o João, que tinha decidido tomar o meu suco, disse que estava gostoso, mas um pouco quente. No fim das contas, jogamos 2 quilos de maionese no lixo, porque ela estraga de um dia pro outro. E a varanda ficou cheia de milho, batata palha, e suco de maracujá.

E esse com certeza foi o lanche mais engraçado que já comemos na vida. A Helena? Essa continua voando pra Nova York, provavelmente, jantando no avião, sem bacon e cenouras a mais e frango de menos.

sábado, 14 de janeiro de 2012

A maioria dos bebês é acidente.

Anna não. E em muitos momentos da sua vida, isso é tudo o que ela deseja. Que fosse um mero acidente, de uma noite de bebedeira de um outro casal, em qualquer lugar do mundo. Mas ela não é.

Anna foi programada geneticamente para salvar a vida de sua irmã, Kate, diagnosticada com leucemia aos 2 anos. E eu sei. Já falei sobre isso aqui. Mas antes eu tinha falado do filme. Dessa vez eu li o livro, e juro que tentei sossegar. Mas não aguentei, e vou falar dessa história de novo, que dessa vez, tem o nome original, e apesar da Tary não concordar, uma das capas mais lindas e sublimes que já vi. Eis um livro que eu não só li, cheirei, e acariciei, como abracei, e fechava no meio da história só pra olhar para a capa mais uma vez.

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O livro é dividido por narradores: Anna, Bryan, Campbell, Jesse, Julia e Sara, sendo que os dessa última, em sua maioria, são compostos por flashbacks, da descoberta da doença, e de vários momentos cruciais das irmãs, tratamentos onde Kate precisou de Anna, ou momentos simples, de brincadeiras e afeto das duas meninas.

Eu chorei. Chorei. Mas essa história é muito mais que uma história triste. É amor. É entrega. Onde todos tem seus erros, e ninguém erra, ao mesmo tempo. É só uma família que vive uma situação que todo mundo acha que só acontece na casa do vizinho. Uma das partes que me emocionou muito foi a de Sara falando justamente isso. De repente, estava acontecendo na família dela aquilo que ela sempre acreditou que só aconteceria da porta pra fora.

Nas palavras de Jesse, o irmão mais velho, é a história de uma família que tem a morte sendo convidada para o jantar todos os dias. Parece mórbido. Mas eu juro que não é. Repito, mais essa vez, e quantas forem necessárias: É amor.

O livro é doce, e me fez deslizar pelas suas páginas e querer sair por aí dançando abraçada com ele. Quando fechei, chorei, e desejei ter lido mais devagar, para ficar mais tempo em sua companhia. O filme é maravilhoso, e eu não mudei minha opinião sobre ele. Mas talvez tenha mudado minha opinião sobre preferir ler o livro antes do filme. Se eu tivesse lido o livro antes, odiaria o filme. Porque ele retira coisas sublimes e lindas, que ao meu ver, não deveriam ter sido tiradas. E muda completamente algumas outras coisas, principalmente para suavizar a história. Digamos que, apesar de ter soluçado de chorar no filme, ele é mais sutil. E sabem o que eu achei? Ótimo.

Achei ótimo porque no filme já bastaram as imagens para me levar à loucura aquática de tanto chorar no meu sofá. Ele não precisava da quantidade de socos no estômagos e/ou passagens maravilhosamente emocionantes que vêm descritas no livro. E eu acho que, finalmente aprendi, que filme é filme, livro é livro, e prometo parar de xingar filmes que fogem do livro. Finalmente aprendi que cada um tem sua função e ponto final.

O livro tem uma doçura bem maior, e um soco no estômago bem maior também, mas que me deu mais uma grande lição. A vida é um sopro. E é muito, muito mais imprevisível do que podemos pensar. Jodi Picoult com certeza foi muito além de provar que o que acontece na casa do vizinho pode sim acontecer na sua casa. Ela mostrou que não é só quem vive uma situação assim é que tem a morte sentada na mesa de jantar em todas as noites. Todos nós temos. Pra morrer, realmente, basta estar vivo. E é por  isso mesmo que todos nós devemos mudar o ditado. Pra viver basta está vivo! Então, há que se viver!

Anna, Sara, Brian, Jesse e Kate. Todo mundo quer viver. Todo mundo quer falar. Todo mundo quer sentir, e sente. E só a união pode deixar transparecer o que é mais importa.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Plantão dos primeiros dez dias

11 de janeiro! 10 dias de 2012 já se foram, e já houveram coisas legais e coisas nem tanto. Foi legal porque nos dias que fiquei em Vitória consegui ver duas amigas que eu não vinha tinha tempo, e de quebra, passar dois dias na casa da melhor amiga. Foi ruim porque, passeando no calçadão com as duas amigas que eu não via faz tempo, um basset veio do além e ‘atacou’ o poodle filhote da minha amiga. Foi desesperador. O basset sacudia o poodlezinho, e não soltava de jeito nenhum, embora levasse muitos tapas de seu dono. Enfim, soltou. Eu pensei que tinha machucado feio o bichinho, mas Deus é mais, e nosso São Francisco de Assis, que não falha, protegeu o fofo do Aragon. Acabamos passando algumas horas no consultório veterinário, mas não aconteceu nada que um anti-inflamatório para ele não sentir dor no corpo não fosse resolver.

Os primeiros dez dias foram bons porque eu e a melhor amiga salvamos uma passarinha. E foi ruim porque ainda não teve um diazinho de sol com calor abusivo, como eu gosto. Isso porque estou enfiada no Espírito Santo exatamente com esse propósito… E foi ruim também porque tem 5 dias que eu respiro na base de neosoro. Só hoje que tá aliviando, tem uma narina desentupida ainda, embora já tenha passado da hora de pingar o remédio de novo. Acho que vou conseguir dormir sem remédio hoje, e isso é bom!

Mas nem era de tudo isso que eu queria falar, era do projeto 366! Aquele, de tirar uma foto por dia durante o ano inteiro! Eu passei o ano passado inteiro esperando por esse ano, porque saberia que esse ano faria o projeto! Foi feeling mesmo, porque em setembro de 2011 eu ganhei minha câmera (Elizabeth, para os íntimos), e então, eu realmente comecei. Por enquanto, juro, está uma delícia. Já tiro uma foto pensando ansiosa na do dia seguinte! Adoro tirar a foto, baixar, tratar, e postar! Essas dez primeiras foram mais tranquilas que tirar doce da boca de criança, vamos ver como vai ser mais pra frente! Faltam só 356 agora!

anigif

E nesses DEZ DIAS, que podem ser vistos aí em cima e no meu flickr, rolou:

  1. Foto das alsinhas do meu chinelinho, porque meu desejo pra 2012 é mais amor no mundo!
  2. Foto dos copos de suco de morango, meu e da minha prima, em cima de uma caixa de sapatos, que foi nossa mesa improvisada, já que a mesa da casa dela estava cheia de coisas.
  3. Foto do cafofo que arrumamos pra passar mais uma das tardes tremendamente chuvosas em Vitória. Edredons coloridos e notebooks eram a solução.
  4. Foto do Scott, shi-tzu da minha melhor amiga, que tinha ficado bravo comigo da última vez que eu tinha ido na casa dela, mas, esse ano, me perdoou!
  5. Foto dos vidrinhos de nesoro, o meu, e o da minha amiga, ambos sendo indispensáveis nesse começo de ano com nariz entupido!
  6. Foto da foto! Eu e minha amiga de infância, segurando uma foto de quando tínhamos uns 6 anos!
  7. Foto do segundo e incrível livro que eu terminei esse ano!
  8. Foto da minha avó, contrariadíssima, porque eu disse que os desenhos em sua roupa pareciam amebinhas. Mas parecem, ué.
  9. Foto do quarto de solteiro da minha prima, um dos locais onde crescemos juntas, das brincadeiras de barbie às fofocas. Ela se casa em julho, portanto, são nossas últimas férias nesse quarto.
  10. Foto da torta delícia da minha avó! Foi duro fazer o pessoal me esperar tirar a foto antes de cair de boca!

Se eu tenho que fazer mais alguma consideração sobre o início de projeto, é com certeza o que a amora pernambucana mais linda do mundo disse no post dela. Parece que tirando as fotos os momentos ficam mais marcados. Pode ser que seja porque está só no inicinho, mas eu lembro exatamente do momento em que tirei a foto. Com certeza esse projeto vai fazer o ano ficar muito mais marcado por memórias de dias simples!

domingo, 8 de janeiro de 2012

A vida da gente

Quando eu comecei a assistir o Clone (que eu não terminei até hoje, diga-se de passagem), eu fiquei empolgadíssima com a história que Glória Perez inventou, e contrariadíssima porque ninguém inventava mais algo que saísse do comum. Pô, a mulher inventou uma trama envolvendo clonagem, o que por si só já é a maior polêmica/rebuliço, que bem ou mal, faz todo mundo pensar numa situação dessas. Qual seria o lugar de um clone entre nós? Ok, não foi do clone que eu vim falar.

Reclamei que não existiam mais novelas como as de antigamente, aí inventaram uma. Ela estreou bem na época que eu estava no estágio, e eu desaprendi a ver televisão, portanto, não fazia ideia do que estava para estrear. Ouvi o nome dessa novela e achei um ó.

Aí eu estava no carro, com minha mãe, e ela reclamando do trânsito, dizendo que ia perder a novela. Eu caí na besteira de perguntar qual, e era essa. Estava, se não me engano, no 3º capítulo, e ela começou a me contar algumas coisas, e eu já fiquei afim de ver. Sem tempo nenhum pra ver novela na hora que passa, e acostumada com com a facilidade de ver n a internet, sem propagandas, comecei. E gente, tenho que dar a cara pra bater. O roteirista dessa mandou muito bem.

Tem o maior enrosco familiar, mas só o fato da menina ter entrado em coma pra acordar uns 5/6 anos depois já dá um pano pra manga absurdo. Me fez pensar em como deve ser aliviante e bizarro ter uma pessoa que amamos e dávamos como morta voltando à vida assim, de repente. Porque eles choraram o coma de Ana por meses, mas acabaram aprendendo a conviver com ela ali, sem estar ali. E muita coisa se modificou, muitas relações mudaram nesse meio tempo, e conviver com ela ali, dormindo, estava cômodo. De repente ela acordou, e aí?

Num primeiro momento a resposta parece ser ridícula: Caraca, tal pessoa voltou! Mas como conciliar a vida que girou, e agora vive e funciona sem ela? Como encaixá-la de volta em tudo? Fácil pra mim, por exemplo, se minha avó voltasse de repente. Eu ia dar mil piruetas e sair gritando por aí a fora, mas e se meu avô estivesse namorando? Como agir?

Resumindo: Essa novela me ganhou. Vamos ver como essa fiação embolada vai sair no final das contas. Como todo fim de novela, sei que sairá desembolada e com todo mundo se abraçando, sorrindo e casando. Mas que os fios vão sair onduladinhos ao invés de lisinhos, ah vão.

zvida

A propósito: Sou team Manu, e acho que o Rodrigo está agindo bem “cachorralmente”. Não vou com a cara da Alice, pra mim ela é advogadazinha do diabo, fica ouvindo o lado das duas e aconselhando coisas iguais. Podem me bater, mas tirando o fato da Vitória ser uma tirana perversa, gosto mais dela que o Marcos. Acho ele um completo folgado. E morro de dó da Olívia. Ela não é obrigada a dividir o quarto com as filhas da esposa nova do papai. Eu criaria uma tempestade sem tamanho dentro de casa, se fosse ela.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Dear Sun,

sun

Olá. Resolvi te escrever porque a situação não tem estado muito legal. A verdade é que você está tirando uma com a minha cara, Sol. Porque eu te amo. Te amo de verdade. Aí passo o ano inteiro em Curitiba, com o Sr. se esquivando e mandando chuvas e frio em 90% do ano. Conto os dias para as férias em Baixo Guandu e Vitória, e quando eu chego, você até colabora um pouco. Peguei uns 2 ou 3 dias de piscina. Espero que você não tenha ficado chateado porque eu me lambuzei de protetor. Eu te amo mesmo assim, juro, mas preciso me proteger porque sou muito branca, e no ano passado, quando resolvi brincar de não usar protetor, acabei vermelha e ardendo por dias, e não foi legal. Enfim. Desde o dia 29 que só chove. Consegui pegar uma praiana lá pelo meio dia do dia 31, porque teve uma brechinha. Desde então, nada. Choveu de tarde, e choveu dia 1º, e choveu no dia 2, e no dia 3, pensei que eu fosse criar algas, porque ficou mais de 12h chovendo. Hoje, dia 4, já passou o dia todo chovendo. E aí, fico sabendo que, adivinha, o Sr. resolveu ir passear em Curitiba! Ora bolas, Sol! Pare de fugir de mim, por favor!

Da sua fã saudosa,
Ana Luísa

domingo, 1 de janeiro de 2012

Pronto, chegou.

Reveillon 037

2012 chegou! E pelo segundo ano consecutivo, lá estava eu, na praia da costa, com um punhadinho de família, taças de plástico e garrafas de espumante a tira colo. No meu caso, só pra fazer pose, porque eu detesto a bebida. Dessa vez, virei de preto! Segundo minha professora, afasta mau-olhado. Ela passou de preto a virada de 2010 pra 2011, e segundo ela, teve o melhor ano de sua vida. Como eu acredito muito que mau-olhado atrasa a vida, lá fui eu, toda de preto, pra praia, virar o ano. A contam regressiva veio alta, contamos juntos, quando deu meia-noite todos gritamos e nos abraçamos, feito o lindo protocolo de sempre.

Assistimos os fogos e depois fomos pular as ondinhas, e depois da 7ª, joguei meu pedido, escrito num papelzinho, para o mar levar e tratar de realizar. Nem é difícil, vai.

Depois de muito correr e pular na beira do mar, lavamos os pés e subimos de volta pra casa do tio, e tratei de fazer com que minha primeira comida do ano fosse um morango banhado em… gelatina de morango. Doce!

Depois subimos pra área da piscina, e só ficamos lá em volta, cantando, enquanto meu primo tocava violão. O frio bateu e nos aninhamos debaixo de uma canga, e continuamos cantando. Voltamos pro apartamento eram quase 5h da manhã, e eu queria ver o amanhecer, pra curtir a primeira aurora de 2012, mas curti foi nos sonhos mesmo.

O importante é que ele chegou! E chegou trazendo novos 366 dias (é bissexto, temos bônus!) para fazermos tudo dar certo, vamos lá, depende de nós!