quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A primeira Bia da minha vida.

Começou um novo semestre no teatro! E estamos em uma fase incrível de discussões altamente proveitosas e argumentativas sobre possíveis temas. Hoje era para levarmos qualquer coisa que quiséssemos pesquisar. Fomos de Nelson Rodrigues a MPB, passando por Tennessee Williams, títulos marcantes, e até Florbela Espanca eu recitei no meio da discussão, me arrepiando até o último fio do cabelo. Estamos querendo montar um super drama, e aqueles que conhecem meus posts teatrais sabem muito bem como está meu estado de ânimo nesse momento: Apaixonantemente empolgado. Amo dramas. Amo intensidade. E só de pensar no assunto na sala de aula com todos juntos já me deixa extasiada! Mas nem era disso que eu ia falar.

Eu ia falar que, tomando banho no escuro porque acabou a luz, e pensando nas discussões de sala, onde está rondando bastante o tema de morte/suicídio para a peça, lembrei novamente dos versos de Flor Espanca, que já coloquei aqui. Lembrei da música Torn, de Natalie Imbruglia, que fala bastante desse desespero interior, falta de fé, enfim. Lembrei dessa música e depois fui traduzir pra Rafa, minha amiga, que está aqui em casa (e faz teatro comigo).

Fui “recitando” partes da música pra ela, e depois, mudando do saco pra mala, acabei perguntando como era vela em inglês, porque me deu um lapso. Ela zoou dizendo que eu estava perguntando pra pessoa errada, porque ela nunca fez inglês. E eu falei que era bom ela fazer. Ela falou que vai, perguntou onde eu tinha feito, e enfim. Acabei lembrando de Bia.

Bia. Ana Beatriz. Minha penúltima professora de inglês, a última de São Paulo. Bia. A incrível. Ela não dá aulas, ela faz milagres. Ela faz uma turma de 15 alunos ir sorrindo às segundas e quartas às 14h pra escola de inglês. Ela me fez chorar um dia porque eu ia ter que faltar à aula. Geralmente eu choraria pra comemorar, fosse qualquer outro professor. Mas Bia, não. Bia é incrível. Foi incrível pra nossa turma, pra mim. Me fez amar estar ali fazendo inglês. Me fazia rir em todas as aulas, e me fez chorar no último dia, quando eu me despedi dela, ela me abraçou e disse que ia ficar tudo bem em Curitiba, porque eu era uma adolescente muito bacana, que ia se tornar uma adulta incrível. E eu saí dali pensando que eu seria incrível se eu fosse como ela.

Pra Rafa entender o quanto eu gosto da Bia, falei: “Bia foi a primeira Airen da minha vida”. (Porque tá todo mundo CARECA de saber o quanto eu gosto da Airen, minha professora do 2º semestre do teatro, diretora de Vamos Falar de Amor sem dizer Eu Te Amo). Rafaela rebateu, sorrindo, e disse: “Não. Bia foi a primeira Bia de sua vida”.

Verdade. Eu amo as duas, queria ser igual às duas, ambas são minhas ídolas, eu queria abraçar as duas demais, e elas são DUAS! Airen foi a primeira Airen de minha vida. E Bia, certamente, foi a primeira Bia de minha vida.

E como é bom saber que topei com Bia e Airen nesses caminhos por aí!

5 comentários:

  1. Ai Analú, como eu acho bonita sua admiraçao pela Airen (e agora pela Bia). Tive poucas pessoas assim na minha vida. Se duvidar, só uma. Que foi meu professor de teoria da comunicaçao (e depois teoria da comunicaçao 2, que era uma OPTATIVA e eu fiz porque era com ele, e políticas de comunicaçao). Um professor jovem, doutorando, super inteligente e com mais didática do que qualquer outro professor do departamento. Tenho até que pensar melhor nisso, porque provavelmente outros mestres me influenciaram muito durante todo o tempo de escola. Mas, assim ,de cabeça, só penso no prof de um curso particular de química e matemática que me ajudou e me deu muita força para aprender e passar na UFSC. Um beijo!

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  2. "A primeira Bia da minha vida - bom né, quando a gente tem um título pro post..."
    Você prometeeeeeeu me apresentá-la e até agora nada. Quero muito saber quem foi a primeira Bia da sua vida. humpff
    Agora, um adendo: Eu não estou na sua casa, eu MORO na sua casa hihi (e faço teatro contigo)
    enfimmmmm, já te disse milhões de vezes e repito quantas vezes necessárias forem: Sei bem como você se sente "topando" com essas pessoas no seu caminho. E é bom demais, isso, não? (:

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  3. Heh. E eu vim aqui crente achando que Bia era o nome da sua nova personagem de Teatro. Delicinha de ler esse texto, é sempre bom mesmo quando a gente encontra esses anjos na terra né? Dá um gás novo, uma vontadinha a mais de viver pra tentar obter um pouquinho desse brilho convidativo que as pessoas tem.

    E que muitas Airens e Bias cruzem o teu caminho, e o de tantas outras nesse mundão de Deus.
    Beijo flor!

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  4. Acho tão lindo esse apelido, ''Bia'', mas nunca conheci nenhuma que fosse legal comigo. Gostaria de ter a primeira Bia da minha vida, também, e que ela fosse para mim o que a sua é pra você :)

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  5. AnaLú, querida, que delícia de texto mais uma vez.
    Você tem a Bia e a Airen, eu tenho a Xuxu e a Liége. rs... são suas professoras incríveis que tiveram uma influência muito grande na minha vida. Sempre penso nelas com um carinho imenso e quando a gente se encontra - ainda bem, é possível! - meu coração fica todo inflado. Uma delícia!

    Beijinhos

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