domingo, 13 de janeiro de 2013

Sobre o grande talvez que mora do outro lado.

No post passado eu resolvi falar de flores, e achei engraçadíssima a caixa de comentários. Quase todo mundo comentou sobre “Quem é você, Alasca?” livro que estava exposto ali na barra lateral do meu blog como sendo o que eu estava lendo no momento. Aí a Dedê me obrigou a postar sobre o livro quando eu terminasse, quer gostasse quer não, e aqui estou eu.

Minha pergunta principal ao fim do livro é: quem é você, “Quem é você, Alasca”. Porque depois de 30 páginas lidas eu já tinha percebido que eu o terminaria sem saber o que achei. Era um livro esperado, demorei pra achar, muita gente já tinha lido e feito propaganda, muita gente comparava com A Culpa é das Estrelas, por ser do mesmo autor. Eu tinha desistido de procurar no momento e colocado outras leituras na minha frente, mas o livro praticamente pulou na minha mão na livraria (Era o último exemplar perdido que um vendedor achou no chão, no meio de outros livros, enquanto eu estava inocentemente parada do lado), pensei: Deve ser a hora. Comprei, li, dei 3 estrelas pra ele no Skoob e acho que jamais será ACEDE pra mim, mas é um livro interessante.

O enredo dele não me tomou. São adolescentes em um colégio interno que fogem pra aplicar trotes, beber e fumar. Calma, alasqueanos. Não me atirem pedras. O livro é muito, muito, muito mais que isso e eu sei! Só estou resumindo em português claro o que me irritou, porque eu não tenho paciência pra isso. Acontece que tinham questionamentos incríveis por trás da parte mais psicológica e humana do enredo. E essas filosofias e questionamentos me encantaram. Eu teria me apaixonado pelo livro se tudo isso estivese inserido em um contexto que não fosse o que eu narrei ali no começo. O que eu quero dizer que: Absolutamente amei a essência do livro. Não gostei da história onde a essência foi inserida.

Agora, sobre essa essência, existe muita coisa pra ser dita, e eu provavelmente vou me perder tentando elencá-las.

Uma sacada sensacional da personagem é utilizar de suas referências literárias para comparar a vida a um labirinto. Cheio de dor e sofrimento. E muito da história gira em torno disso, em conjunto com um professor de religião maravilhoso que faz a gente pensar em vida, fé, e o que vem depois.

Eu acredito sim que existe coisa a mais. E dou risada sozinha quando leio que acreditamos porque queremos acreditar, é uma forma de nos dar esperança e acabar com aquela indignação e aquele medo de simplesmente aceitarmos que tudo isso acaba num ponto final, porque pode ser verdade sim. Eu prefiro as reticências, mas pode ser ponto final. Tenho que dar o braço a torcer que o fato de eu acreditar que existe muita vida além disso aqui não quer dizer que de fato exista. De tudo o que foi dito sobre isso no livro, acho que fico com a parte onde eles dizem que os estudiosos já provaram que nada se cria do nada, e nem se destrói, e sim, que tudo se transforma, e que por sermos matéria e energia, sempre estivemos por aqui e sempre estaremos.

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A vida é um labirito, como foi dito na obra. E eu achei essa analogia maravilhosa. É um labirinto cheio de dor, sofrimento, e muitos momentos onde ficamos completamente perdidos. Dói de verdade. Desespera de verdade. Dá vontade de gritar: EU DESISTO, ME TIREM DAQUI. Só que não vale a pena.

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Desistir e pular os muros não deve ser uma coisa bacana. Tudo bem, pode ter coisa do outro lado, mas tem muita coisa (ou não, como saber?) dentro do labirinto ainda. E só quando passamos por tudo isso é que estamos prontos de verdade pra encarar o que existe (ou o que não existe) ali depois da saída, por mais que possamos pensar que estamos prontos no meio dele, ou que não estamos prontos no fim. Ao bem da verdade, acho que sou dessas que nunca se sente pronta, mas vamos pagar pra ver, né. Afinal de contas, eu acredito que o infinito é vivido em cada momento, e que isso deve valer por todos os “Grande Talvez” que eu possa não chegar a descobrir. Focar no infinito do presente ao invés de tentar escapar disso pensando no talvez que o futuro nos reserva.

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Eu avisei que eu ia me perder. Mas enfim, é isso. Terminei o livro com a cabeça cheia de perguntas e o coração cheio de respostas. E uma delas é: John Green sempre vai valer a leitura e as estrelas.

“As últimas palavras de Thomas Edison
foram: ‘É bonito do outro lado.’
Eu não sei onde fica o outro lado, mas 
acredito que seja em algum lugar.
E espero que seja bonito.

John Green – Quem é você, Alasca?

15 comentários:

  1. Quem é você, Alasca? para mim é muito melhor que ACEDE justamente pelo contexto. ACEDE é triste demais, me perdi no mar de tristeza e não consegui prestar atenção na essência da história, sabe? QEVA não, a história é banal e tosca e a essência é tão bela que te faz adentrar no mar de possibilidades de uma maneira maravilhosa. QEVA, na minha opinião, se parece mais com Perks do que com ACEDE e eu gosto muito dos dois. Também gosto de ACEDE, mas não ganhou meu coração como esses dois. Alasca sempre será um dos livros que indicarei pro universo e que nunca vou esquecer.
    Mas amei teu texto e amo você.
    Abraços!

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  2. Amiga, lendo esse post eu percebi que você não suportaria uma cena de Skins. Sério mesmo. Se os trotezinhos e porres deles te incomodaram, você não passaria nem do primeiro episódio, hahaha! Achei três estrelas pesado, viu, dona Analu? Porque três estrelas é "bom" e eu acho esse livro excelente! Excelente nas reflexões que traz, nas imperfeições dos personagens, no fato de não ser tão previsível quando os tantos YA's que a gente vê por aí. Excelente em ser completo. Em ter aventura, drama, comédia! E sem deixar de ser adolescente nem natural! Nisso a gente diverge muito, porque ACEDE pra mim jamais será um Alasca, hahaha! As reflexões que esse livro me trouxe foram muito mais profundas. E tem uma das minhas quotes favoritas da vida: "Se as pessoas fossem chuva, eu era garoa. E ela, um furacão". Aff, John Green <3 Mas apesar dessas três estrelas, eu ainda te amo! Hahaha!

    Beijos!

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  3. Não li o livro. Mesmo você não tendo gostado em alguns pontos onde a essência foi inserida, leria, porque realmente achei uma resenha maravilhosa.
    Por enquanto estou contentando em comprar a culpa é das estrelas. Mas infelizmente não tinha na livraria que fui e acabei levando outro livro (bem antigo também, que eu NUNCA tinha lido, envergonhada por isso).

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  4. Amiga, errei feio com você dessa vez, porque eu jurei que você ia amar esse livro. Mas lembra que comentou na minha retrospectiva que esse livro talvez não fosse pra você? haha Acho que você se conhece. Achei 3 estrelas muito muito pesado, viu dona Ana Luísa? Acho que nem pre Crepúsculo você deu só isso hahahaha! Mas vamos superar isso, porque fora esse pequeno detalhe, eu concordei com absolutamente todas as suas observações sobre o livro. Não gosto muito da Alasca, mas isso do Miles colecionar últimas palavras, admita, é genial? Tem cada uma que você precisa simplesmente fechar o livro e parar pra pensar nas coisas. Lá pro seus últimos parágrafos, quando você fala de infinitos, ainda senti uma pontada de ACEDE falando, haha... Mas são dois livros que eu não consigo comparar. Pra mim, ele simplesmente existem e são maravilhosos. E muito obrigada por esse texto, eu precisava dele :)
    Beijo grande!

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  5. Não consegui encontrar nada de bom para comentar, fiquei só remoendo tudo que você escreveu. Acho que preciso ler o livro também, pra poder falar alguma coisa!

    Beijo, Analu!

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  6. Olha, vou ser sincera. Ainda não li nenhum livro do John Green que tanto ouço a Máfia falar. Mas me sinto na obrigação de ler os dois livros: A Culpa é das Estrelas e Quem é você, Alasca. Complicado eu emitir qualquer comentário conhecendo tão pouco.

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  7. Ainda não li nenhum livro do John Green. Lógico, que mudarei esse quadro em breve pq já está me dando uma coisa todo mundo que eu conheço já leu algo dele, menos eu ahuaha li aquela quote em amarelo ali e fiquei pensando nela... acho que a gente usa o presente para escapar do futuro pq o desconhecido sempre é mais assustador do que o que se vê. Beijos!

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  8. Me encontro na mesma saga em que você estava, Analu, procuro procuro e não acho o "Quem é você, Alasca?". Esses dias vi uma resenha sobre ele no youtube, a mulher que falava dele não destacou nada de interessante a não ser a forma como o Green escreve, que qualquer coisa escrita por ele ganha um significado especial. Acho que foi por isso que o livro se tornou tão comentado e procurado.
    Depois de toda essa metáfora de labirintos me deu ainda mais vontade de comprá-lo!
    Super beijo <33

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  9. Eu ainda nao li o livro, mas o jeito de voce resenhar me fez tirar algumas esperancas, mas mesmo assim, ainda continuo super curiosa! Todos comentam, todos falam, todos citam... É ou nao pra morrer de vontade?

    Um beijo!

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  10. Jura que você decepcionou com o livro? E super entendo suas razões porque eu também não tenho muito tempo para porres de adolescentes perdidos. Eu não li, mas tava cheia de vontade de ler, principalmente pela pontuação dele no Skoob (4.6, acho). Mas realmente nunca imaginei que seria melhor que A Culpa é Das Estrelas. Li nesses últimos dois dias e achei tão maravilhoso e perfeito...que já me questionei quem vai brigar com ele pelo pódio no fim do ano.

    Beijoca

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  11. Ainda não consegui ler Alasca inteiro, por motivos de Terceiro Ano, mas mal posso esperar. Ao contrário de você, eu amei o contexto, porque é mais fácil de imaginar. Adoro filosofias Greenianas, e o jeito dele de escrever é sem igual.
    2013 é o ano da leitura atrasada, e isso inclui Alasca.
    Depois eu vejo aqui e comento contigo o que eu achei.

    Beijo, te amo!

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  12. John Green sempre vale a pena, né? Ainda não tive a oportunidade de ler "Quem é você, Alasca?", mas não duvido nada de que mesmo com uma história desanimante os pensamentos valham a pena!

    E simplesmente adorei suas considerações! Quem me dera se toda resenha soasse tão sincera assim... haha!

    Beijinhos :*

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  13. É, o livro parece ter pontos bem interessantes. Mas não vou colocar na minha fila de leituras porque, assim como você, não tenho a menor paciência para o enredo "Adolescentes fumando, bebendo e passando trotes".

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  14. Tô super ansiosa pra começar o livro amiga, acho que vou até passá-lo na frente do outro que estou lendo. Eu tenho uma boa vontade com ele muito enorme, mas agora fiquei com medo de ficar com esse enorme talvez pairando como você ficou. Sabe quando você precisa se apaixonar por um livro?
    Então.
    De todo jeito, John Green sempre é válido, e eu jamais fujo de um papo existencial.
    Quando eu terminar eu te conto. Queria tanto ter conseguido bichar com você, aff!
    Te amo!

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  15. Vou recolher os caquinhos do meu coração pra compreender porque você só deu três estrelas. Primeiro, como a Dê disse, Alasca não é pra todo mundo. Tem que gostar desse tipo de sofrimento. Além disso, sempre achei que ACEDE fosse uma forma ruim de ser apresentado ao John porque NADA consegue ser tão bom. Amo Alasca, realmente amo, mas ACEDE é uma ferida aberta, sabe? Você vai sentindo a dor a cada palavra.
    Ainda assim, acho Alasca incrível com todos os seus questionamentos e apesar de quase detestar a Alasca, adoro o que ela simboliza e entendo a construção do personagem.
    O LABIRINTO! Uma metáfora dolorosa e que me fez procurar o livro de onde ela surgiu. Acabei de ler e me decepcionei um pouco porque acho que fui buscando uma continuação ou explicação pro livro, mas não é nada disso. Mas é um livro muito bom!
    Enfim, falo sem parar quando o assunto é esse, você sabe. Te amo! <3

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