segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Uma crônica sobre a falta de uma crônica

Você está atolada naquela fase de vagas magras. Tenta se forçar a escrever e não consegue. Começa a ver o blog ficar às moscas, encontra uma teia de aranha aqui, outra ali, respira fundo e tenta esquecer o acontecido. Pensa nas pessoas cujos blogs sobreviveram mesmo passando meses no vazio de palavras e acha que o seu também sobreviverá.

Não consegue se conformar com esse presságio terrível e resolve se jogar, suicidamente, em conjunto com a amiga e mais algumas corajosas em mais uma maratona 7 dias 7 crônicas, que outrora deram tão certo que os sete temas apareceram na sua cabeça como num passe de mágica.

O primeiro dia vai no sufoco. O segundo dia vai se passando enquanto você acorda, trabalha e tem reuniões visualizando a página em branco e o tema que não vem. O dia passa e você procura o tema em cada segundo dele, inclusive no meio das compras de Natal. Quem sabe uma crônica sobre o quebra-cabeças novo! Ou sobre o presente do afilhado que tá difícil de encontrar. Melhor: Sobre o shopping lotado na segunda-feira! E não. Nada rende.

Você olha o relógio e vê que faltam réles 50 minutos para o dia acabar e que você precisa parir alguma coisa e postar nesse blog para não abandonar o barco no início do desafio. Se conforta ao ver que a amiga também não conseguiu postar a dela ainda. Sabe que, vindo de onde vem, aparecerá alguma genialidade naquele blog em 5 ou 10 minutos enquanto você, ainda sem tema nenhum, será obrigada a postar uma crônica sobre a falta de uma crônica, e, logo em seguida, tomar um banho para ver se esfria as ideias e consegue postar alguma coisa decente no terceiro dia. Aguardemos.

7 comentários:

  1. BAITA crônica Ana! que vem mais falta de tempo para escrever coisas bacanas assim...

    http://versosebossa.wordpress.com/

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  2. A blogosfera está passando por uma fase difícil mesmo. Mas essas semanas de crônicas são ótimas. Da primeira vez consegui escrever as 7, o que, vamos combinar, é uma tremenda vitória pra mim. Imagine o que teria sido meu blog esse ano sem elas.
    Boa sorte, amiga. Você vai conseguir coisas geniais.
    Beijo <3

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  3. Um pouco de Poetinha para nós, nessa fase de vacas magras:
    "Coloque-se porém o leitor, o ingrato leitor, no papel do cronista. Dias há em que, positivamente, a crônica "não baixa". O cronista levanta-se, senta-se, lava as mãos, levanta-se de novo, chega à janela, dá uma telefonada a um amigo, põe um disco na vitrola, relê crônicas passadas em busca de inspiração - e nada. Ele sabe que o tempo está correndo, que a sua página tem uma hora certa para fechar, que os linotipistas o estão esperando com impaciência, que o diretor do jornal está provavelmente coçando a cabeça e dizendo a seus auxiliares: "É... não há nada a fazer com Fulano..." Aí então é que, se ele é cronista mesmo, ele se pega pela gola e diz: "Vamos, escreve, ó mascarado! Escreve uma crônica sobre esta cadeira que está aí em tua frente! E que ela seja bem-feita e divirta os leitores!" E o negócio sai de qualquer maneira. "

    Te amo. E obrigada por sempre cair de cabeça no precipício comigo. <3

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  4. Eu não escrevi na-da em novembro, nada que prestasse pelo menos, e nem era por falta de tema, tempo ou vontade, eu só não escrevia, mas agora estou de volta, né! E olha, se você estava sem inspiração, estar sem inspiração é receita certeira para uma boa crônica! :)
    beijo!

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  5. Também tem horas que me vejo perdido em que postar no blog. Mas quando as ideias surgem elas vem em tempestades rs

    jj-jovemjornalista.com

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  6. Tô nessa situação no momento. Não faço a menor ideia de sobre o quê vou escrever, mas vamos manter a esperança acesa, certo? Ainda temos meio dia pra pensar. :P

    Beijos, amora!

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  7. Esse texto acaba de matar minha ideia de passar a tarde na livraria. É domingo e tá perto do natal, deve estar um caos. Droga! Eu queria MUITO ir à livraria. Aff. E sobre as crônicas, estou lendo todas, mas não sei muito o que comentar, além de que estou gostando, viu? Mesmo escrevendo por obrigação você consegue fazer direitinho. Eu nem lembro de quando eu não conseguia escrever, passei um bom tempo escrevendo só pra encher linguiça, agora que eu não tenho grupos do facebook, nem twitter, nem nada, tudo que quero falar acaba parando no meu blog. Um punhado de texto inúteis, mas pelo menos ele continua vivo!
    Abraços!

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