quinta-feira, 27 de março de 2014

Às vezes a gente não precisa de um plano de vida

Na verdade, esse texto não tem nenhuma razão de ser a não que não seja completar a frase que iniciei no título. Como eu sou prolixa, vou escrevê-lo mesmo assim. 

Eu estava lendo "Samantha Sweet, executiva do lar", meu segundo Sophie Kinsella seguido, que eu li em dois dias, porque desopilar é sempre preciso na vida do ser humano. Entre muitas risadas, geralmente acabo levando um soco na cara com alguma filosofia inesperada e interessante. Samantha foi tomada por uma e, consequentemente, me ensinou.

A questão da mocinha é que ela jurava que vivia a vida perfeita, apesar de existirem um milhão de controvérsias. Era uma profissional maravilhosa que viva para o trabalho, até que cometeu um erro que arruinou sua vida. Isso em seu pensamento e, não vou mentir, no meu também, que me peguei completamente embriagada pela história e passei o resto da minha tarde de ontem apavoradíssima com o drama dela. Juro. Eu estava no trabalho com um desespero existencial que não tinha nenhuma razão de ser a não ser o pensamento de como era impressionante o poder que uma falha tinha para tirar toda uma vida do prumo.

O que vou falar agora não é spoiler, porque é óbvio pensar que a moça vai ter que reestruturar sua vida e aprender a dar uma grande rebolada. Trata-se, afinal de contas, de um Chick lit. Mas a questão é que ela teve alguém que soube dizer para ela que tudo bem algo dar errado, porque a vida em si é muito, muito forte para ser arruinada de verdade. E que, além disso, tudo bem se em algum momento as coisas de repente desandassem e você não tivesse mais um plano porque, às vezes a gente não precisa de um plano de vida, precisa apenas saber o que fazer em seguida. E isso já é muita coisa.

Eu curto um plano. Sou dessas ansiosas que curte mais os dias que antecedem a festa do que a própria festa. AMO uma contagem regressiva e acho que a vida tem muito mais razão de ser quando podemos esperar por algo concreto. Mas é fato que acontecem imprevistos. Erros. Mudanças de caminho repentinas. Falta de chão. E, de uma hora para a outra, a gente pode não ter nada pelo que esperar. Nada concreto para realizar. A gente pode se sentir na frente de um enorme buraco negro. E esse ensinamento, para mim, disse tanto dizendo tão pouco. Porque é muito fácil se apavorar com a falta de perspectiva e simplesmente se jogar no buraco por inércia. No entanto, se lembrarmos, em algum momento, que podemos pensar apenas no que fazer em seguida, é só respirar fundo e desviar do buraco. Por maior que ele pareça (ou realmente seja), tem sempre alguma coisa do outro lado.

5 comentários:

  1. Digo apenas que: amém!
    Eu também gosto de planos. Mais do que de planos, eu gosto de estar no controle da situação, não me dou bem deixando a vida me levar. Eu gosto de dar a seta, virar o volante, etc. É por isso que eu sempre preciso me lembrar desse tipo de filosofia, é por isso que eu gosto tanto de Elizabethtown (e eu não acredito até hoje que você não achou esse filme tão incrível assim!), que fala exatamente sobre o que fazer quando tudo que a gente planejou dá errado.
    Vamos viver um dia de cada vez e respirar fundo. E ler Sophie Kinsella, pelo amor de Deus! hahaha
    te amo <3

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  2. Esse post apenas me acalmou por um bom tempo! Hahaha Ele quase foi uma resposta para o meu último post, onde falo exatamente dessa agonia de não saber o que vem depois e querer tudo planejado. Gosto de planos porque me sinto mais segura, mas demorou bastante até eu cair na real que eles quase nunca se completam como imaginei. Tantos imprevistos que o que eu preciso mesmo é saber o próximo passo sem pensar muito mais longe que isso.
    Obrigada pelo post <3
    Beijo!

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  3. Seu post é tudo o que eu precisava ler, Analu. Isso de que "é muito fácil se apavorar com a falta de perspectiva e simplesmente se jogar no buraco por inércia" foi a narração dos meus últimos dias, então essa lembrança de que dá pra "desviar do buraco" foi muitíssimo bem-vinda por aqui. Obrigada e beijos! (:

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  4. Fiquei de cara com o seu texto, porque tinha pensado nesse assunto um dia desses. Às vezes a gente espera coisa boa, mas a maior parte do tempo eu me pego esperando que tudo de errado vai acontecer, sem nem ter acontecido ainda. Aquela reunião que vou ter na terça que vem e que vai mudar tudo, porque é lógico que vai, né? Não sei, ainda estou na sexta.

    Sempre tem um outro lado quando estamos num buraco. E nem sempre tem buracos quando a gente não consegue olhar adiante. Né? E se tiver, e daí? Já sobrevivemos a coisa muito pior.

    Te amo, te amo!
    <3

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