sábado, 14 de fevereiro de 2015

Das epifanias

Vocês sabem que dificilmente eu gosto de uma música na primeira vez que escuto, vide os dois posts completamente controversos que fiz sobre 1989 né. Então. Agora devo prolongar a história dizendo que, mesmo depois de passar a amar o álbum num conjunto, sempre sobram aquelas musiquinhas, geralmente as do meio pro fim, que ficam no maior estilo ~bombom fim de caixa~. Demorou pouco tempo para que eu me apaixonasse por New Romantics, até porque, ‘cause baby I could build a castle out of all the bricks they through in me não deixa margem para muita coisa além do amor.

Mesmo assim, confesso que garrei uma birra enorme com Wonderland e You are in love. Acontece que mesmo quando eu garro birra eu continuo escutando, pra ver se o negócio deslancha (e porque tenho toc mesmo, se resolvo ouvir o cd inteiro não fico pulando músicas, enfim). E foi justamente ontem, por um acaso do destino, que Wonderland me pegou.

Terminei meu banho e continuei pelo banheiro, pendurando toalha e ajeitando o cabelo enquanto o final da música tocava e foi no meu caminho até a área para pôr a roupa no cesto (#detalhes) que a letra ecoou nos meus ouvidos pela primeira vez: life was never worse but never better.

E desde então essa frase, tão clichê, coitada, não parou de ecoar na minha cabeça. Porque, gente, se vocês já estão nessa fase deliciosamente horrível entre os 20 e os 30 vocês sabem muito bem que a vida nunca foi pior, mas nunca foi melhor também.

Eu e minhas amigas, embarcadas nessa fase, não poderíamos estar melhor representadas por Wonderland. Vivemos chorando pitangas sobre confusões de identidade, paixões mal resolvidas, saudade, nostalgia e os dramas da vida adulta. Mas basta uma oportunidade para que joguemos, mesmo que por pouco tempo, tudo para o alto, embarquemos para o Rio de Janeiro e fiquemos muito ocupadas dançando para dar ouvidos para a parte chata do mundo.

Essa fase onde a gente já é adulto, mas não é, realmente não tem como ser pior – e nem melhor. Porque é bem nessa fase, mesmo que no meio dos enroscos, que a gente pode se dar ao luxo de fazer o que nossas próprias perninhas querem e começamos a entender que, realmente, the best people in life are free – e que nós somos essas pessoas.

taytay

No fim das contas estamos todas enfiadas até o talo no país das maravihas e, repito, a vida nunca foi pior. Mas nunca foi melhor também.

11 comentários:

  1. Eu gosto de Wonderland. Não é minha favorita, mas eu vejo nela exatamente a vibe que você falou, e é por isso que eu tenho um carinhozinho, uma ligaçãozinha emocional com ela.

    E você deve ter visto meu tuíte na virada do ano que esse verso definia minha fase atual da vida, né?

    De fato, life was never worse, but never beter. E espero que ela siga dessa forma, porque enquanto eu tiver a Gente do meu lado, I can take anything. Você, especialmente, que sempre me ouve com toda paciência quando eu resolvo chorar minhas pitanguinhas <3

    Te amo infinitos.

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  2. Claro, também pego birra com músicas do meio pro fim do CD. Mas New Romantics foi de cara uma das minhas preferidas do álbum, porque graças a essa faixa ele termina com a melhor frase possível.
    E Wonderland também me conquistou fácil, fácil.

    Essa frase clichê de Wonderland resume realmente muito bem esse momento da vida. Toda a liberdade que temos é maravilhosa, mas tudo que vem junto é um tico doloroso de vez em quando.

    Beijos!

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  3. Primeiro queria dizer que tenho algumas birras nesse CD e não sou tão bonitinha quanto você, que continua ouvindo as músicas até que um dias elas te pegam. Pulo mesmo =x Nem coloquei todas no celular, aliás hehehe
    Mas Wonderland me pegou desde a primeira ouvida! Acho incrível, tem todo um astral diferente, sei lá.
    Sobre sua reflexão: SIM!! Falando de mim mesma, por exemplo. Nunca me senti tão perdida e ao mesmo tempo no caminho certo. Parece contraditório, eu sei, mas assim é a vida. Eu estive me perguntando se estou feliz e a resposta que me veio foi: não o tempo todo, mas a maior parte do tempo.
    Te amo <3

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  4. Wonderland me pegou rapidinho, pra falar a verdade. Quem demorou mais foi Welcome To New York - que, curiosamente, eu estou ouvindo agora mesmo.

    Sobre a parte em que você falou dos 20 anos: estou longe dessa fase, mas tem um texto aqui que é maravilhoso e você provavelmente se identificaria. http://sushibarbie.blogspot.com.br/2015/02/veni-vidi-vinte.html

    Beijos <3

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  5. Cara, como eu amo tudo o que você escreve <3
    As vezes eu acho que estou vivendo essa fase dos 20 muito cedo, dá pra compreender? É complicado saber o que quer da vida, mas a gente simplesmente vai e faz, porque é clichê, mas a vida não para mesmo. Melhor e pior fase da vida, será que não poderia ao menos ser fácil?
    Desfocando Ideias

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  6. Wonderland foi uma das minhas favoritas logo de cara. Primeiro por eu simplesmente adorar essa temática Alice no País das Maravilhas e, segundo, justamente por conta desse verso! É de uma simplicidade tão verdadeira que me encantou logo na primeira vez em que ouvi. Um beijo!

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  7. Miga, cê vai fazer o amor de me amar muito mais só pelo esforço que tô fazendo pra deixar esse mimo aqui, malhando meus dedos nesse teclado duro demais e testando minha paciência com essa internet bizarra que a gente só encontra mesmo na casa de quem não liga muito pra esse tipo de coisa (mas que sempre acaba quebrando o galho).

    Wonderland foi uma das primeiras músicas que eu curti do cd (junto com Bad Blood, acredite) e na primeira semana ouvi em looping, como se nunca fosse ser capaz de enjoar. Não prestava muita atenção na letra, mas depois de um tempo ouvindo demais fica difícil não pescar as coisas, mesmo que a gente não faça muito esforço.

    Life was never worst but never better é uma frase que ecoa na minha cabeça o tempo todo porque é EXATAMENTE assim. Não é tão fácil, nem tão glamouroso ter 20 e poucos anos como eu insistia em imaginar na minha pré-adolescência, mas eu tenho certeza que nunca fui tão feliz em toda minha vida.

    te amo <3

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  8. Sabe a parte ruim dessa história? É que, em alguns casos (e no caso, esse é meu caso!!!) as consufões continuam depois dos 30! A gente acha que todas esses problemas de identidade, planos, amores, desilusões, dramas da vida adulta vão se resolvendo aos poucos, mas a verdade é que novos dramas vão surgindo e a gente continua nesse dilema!

    Mas eu continuo firme no propósito de que a nossa "life" uma hora possa estar too much better!!!! Isso é a minha motivação diária, afinal!

    Beijos amada

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  9. Isso que a Lilica falou, verdade, viu? Com os anos, a gente vai aprendendo a lidar melhor com esses dilemas da vida, mas eles não somem por completo. Pelo contrário. Continuam, firmes e fortes e às vezes mais profundos ainda. Tamu junto, Analu! :)

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  10. Sabe que no fim do ano passado uma amiga minha postou uma foto da nossa festa de fim de ano e a legenda era justamente "life was never worst but never", e na empolgação eu falei NOSSA QUE LEGENDA INCRÍVEL!!! e ela: Taylor Swift, ué. E eu dei uma risada pra disfarçar, porque odiei Wonderland desde a primeira ouvida e continuando achando ela muito chata, mas a letra, principalmente esse verso, é realmente genial. É basicamente o que eu sinto na maior parte do tempo, e fico especialmente feliz de estar dividindo esses dias horríveis porém maravilhosos com A Gente. <3
    te amo!

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  11. Sabe que quando eu penso em estar na fase dos vinte (que mal começou) eu só penso na parte do "life was never worse"? Acho que é a dificuldade de lidar com as dúvidas e as desilusões e a percepção de que a vida nunca vai ser daquele jeitinho que a gente imaginou e de ser adulta, mas não poder ser independente e tão completamente dona da própria vida assim. Mas aí eu penso em ser adolescente (que por ora é tudo que eu conheço) e sou obrigada a concordar que Tatay acertou mesmo. Never worse, mas definitivamente never better. (Talvez fosse melhor quando tudo que eu fazia era comer e dormir, mas eu não lembro mais dessa época, rs).

    Beijo!

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